O desemprego é o principal desassossego dos espanhóis. O Centro de Investigações Sociológicas espanhol (CIS) revelou que o problema do desemprego preocupa 80,8% dos espanhóis inquiridos e a corrupção, que surge em segundo lugar, preocupa 35,7%, enquanto a Monarquia apresenta-se como um problema para apenas 0,2% dos espanhóis consultados.

O questionário do CIS decorreu entre 1 e 11 de Maio, antes do anúncio da abdicação do rei Juan Carlos e em plena campanha para as eleições europeias de dia 25 de Maio, reflectiu que a preocupação com a Monarquia baixou duas décimas num mês, já que em Abril era mencionada como um problema por 0,4% dos cidadãos.

No último ano, a percentagem de questionados que apontam a Monarquia como um dos principais problemas de Espanha não atingiu o 1%. A percentagem mais alta alcançou-se em Abril de 2013, com 0,9%.

86,5% dos espanhóis classificam a situação económica do país como "má", mais 1,3% que o inquérito de Abril do ano passado. Apenas 1,2% de optimistas adjectivam a conjuntura económica como "boa" ou  "muito boa". No que diz respeito a expectativas, 23% dos inquiridos pensa que a economia vai piorar, quanto 21,9% acredita na sua melhoria. Os restantes 45,6% pensa que não haverá alterações.

O desemprego em Espanha continua a ser um dos mais altos da União Europeia, mas no passado dia 3 de Junho, o Governo espanhol revelou que a criação de emprego em Maio foi a maior desde Maio de 2005. Os dados do Executivo espanhol indicam que as inscrições na Segurança Social subiram 1,21% para 16.628.373 pessoas.

Numa altura em que a Monarquia está num processo de sucessão, são várias as vozes que pedem um referendo sobre a manutenção do regime. O principal partido da oposição, o PSOE, fala na necessidade de mudança na Constituição espanhola e apoiam a realização do referendo. O novo rei vai ser proclamado a 18 de Junho.