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Défice externo quase triplica com rombo de 4,3 mil milhões no turismo

Nos primeiros sete meses deste ano o saldo externo foi negativo em 1,7 mil milhões de euros, o que compara com 605 milhões de euros negativos no mesmo período do ano passado.

17 de Setembro de 2020 às 11:56
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Portugal conseguido atingir contas externas excedentárias nos últimos anos devido sobretudo ao forte crescimento do turismo, que compensava o défice na balança de bens, já que historicamente Portugal sempre gastou mais a comprar mercadorias ao exterior do que a vender.

 

A pandemia ameaça por fim este ciclo de diversos anos de saldo positivo nas contas externas, já que a queda abrupta no número de turistas estrangeiros está a provocar um "rombo" considerável nas receitas do setor.

 

Os dados revelados hoje pelo Banco de Portugal mostram um "decréscimo acentuado" de 4.289 milhões de euros no saldo da rubrica de viagens e turismo nos primeiros sete meses deste ano.

 

Entre janeiro e julho do ano passado Portugal alcançou um saldo positivo de 9,27 mil milhões de euros na balança de serviços. No mesmo período deste ano ficou-se pelos 4,2 mil milhões de euros, sendo que a diferença é explicada sobretudo pela quebra no turismo.

 

Com a balança de serviços a registar uma forte deterioração, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital (contas externas) continua a ser negativo, tal como estava nos meses anteriores deste ano.

 

Nos primeiros sete meses deste ano o saldo externo foi negativo em 1,7 mil milhões de euros, o que compara com 605 milhões de euros negativos no mesmo período do ano passado.

 

Desde 2012 que as contas externas de Portugal registam um excedente, mas sem um perfil anual linear: o ano começa com um défice que depois passa a excedente no saldo acumulado no final do ano. Habitualmente é nos meses de verão que se regista a inversão, precisamente devido ao impacto do turismo, mas apesar de faltar ainda os meses de agosto e setembro dificilmente tal ocorrerá este ano.

 

A deterioração das contas externas acontece apesar da melhoria que se observa na balança de bens, onde as exportações estão a cair menos do que as importações.

 

"Nos primeiros sete meses de 2020, apesar do contributo negativo para o saldo, o défice da balança de bens diminuiu 2.615 milhões de euros face ao período homólogo", refere o Banco de Portugal. Entre janeiro e julho o saldo é negativo em  7 mil milhões de euros, contra um valor negativo de 9,7 mil milhões de euros no mesmo período do ano passado.

 

Somando bens e serviços, as exportações decresceram 23,3% nos primeiros sete meses do ano e as importações diminuíram 18,8%.

 

A balança de rendimento primário também compensou a quebra no turismo, ao registar uma descida no défice de 1.156 milhões de euros para -2.259 milhões de euros. Já o excedente da balança de rendimento secundário decresceu 104 milhões de euros. Quanto ao saldo da balança de capital, cresceu 262 milhões de euros.

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