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Consumidores mais otimistas em fevereiro. Confiança dos empresários tropeça

Indicador de confiança dos consumidores subiu ligeiramente em fevereiro, devido à melhoria das perspetivas sobre evolução passada e futura da situação financeira das famílias. Indicador de clima económico está a cair desde janeiro, interrompendo ciclo de subidas iniciado em setembro.

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Os consumidores portugueses estão ligeiramente mais otimistas, segundo os inquéritos de conjuntura relativos a fevereiro, divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em sentido contrário, a confiança dos empresários diminuiu, numa altura de maior incerteza devido à ameaça dos Estados Unidos em avançar com tarifas, aumentando a fragmentação no comércio mundial.

No caso dos consumidores, o indicador de confiança aumentou ligeiramente de -15,2 para -15 em fevereiro, depois de uma subida mais expressiva no arranque do ano. Essa melhoria no indicador de confiança dos consumidores foi determinada pelos "contributos positivos das opiniões sobre a evolução passada e as perspetivas de evolução futura da situação financeira do agregado familiar", assinala o INE.

Por outro lado, o saldo das opiniões dos consumidores em relação à evolução futura dos preços aumentou, disparando para máximos de dezembro de 2022. Essa subida revela que os consumidores estão a antecipar uma subida de preços nos próximos meses. Em relação à evolução passada dos preços, o saldo das opiniões dos consumidores diminuiu em fevereiro, contrariando o aumento registado no mês precedente.

Já o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos das respostas dos empresários aos inquéritos de conjuntura, voltou a diminuir em fevereiro, de 2,8 para 2,4. Esse indicador está a diminuir desde janeiro, interrompendo o ciclo de subidas ininterruptas iniciado em setembro. Mas o raio-x à confiança das empresas é bastante heterogéneo: a confiança aumentou nos setores do comércio, indústria transformadora e na construção e obras públicas, mas diminuiu "expressivamente" nos serviços.

Para o maior pessimismo no setor dos serviços, contribuiu o decréscimo registado no saldo relativo a "todas as componentes": opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas, apreciações sobre a atividade da empresa e perspetivas relativas à evolução da procura. O saldo das respostas dos empresários nesse setor diminuiu de 20,8 para 7,7 (menos 13,1 pontos face ao mês anterior).

As subidas registadas na confiança dos restantes setores foram incapazes de compensar essa forte diminuição nos serviços, o que levou a uma queda no indicador de clima económico. No comércio, a melhoria no indicador de confiança (de 3,3 para 3,8) deveu-se a melhores perspetivas de atividade da empresa e as apreciações sobre o volume de stocks. Na construção e obras públicas, a confiança aumentou (de 4,2 para 5,3), "refletindo, no último mês, o contributo positivo das perspetivas de emprego". 

Por fim, na indústria transformadora, "apenas as opiniões sobre a evolução da procura global contribuíram positivamente para a evolução do indicador de confiança". As restantes componentes registaram perdas, ainda que ligeiras: produção nos próximo três meses, stock de produtos acabados atual, emprego nos próximos três meses e preços de venda futuros. Com isso, a confiança nesse setor passou de -5,7 para -5,3.

De notar que o saldo de respostas das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda diminuiu em fevereiro nos setores do comércio, dos serviços e da construção. Porém, na indústria transformadora, aumentou pelo terceiro mês consecutivo.

Os inquéritos de conjuntura foram realizados pelo INE entre os dias 3 e 17 de fevereiro, junto de 1.330 consumidores e aproximadamente 1.400 empresários ou gestores dos quatro maiores setores de atividade nacionais (comércio, indústria transformadora, serviços e na construção e obras públicas).

(notícia atualizada às 10:38)

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