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CEO do UBS: "Não estou convencido de que a inflação esteja realmente sob controlo"

Sergio Ermotti diz ao jornal suíço Le Matin Dimanche que "a tendência parece favorável, mas precisamos ver se continua".

9 - Sergio Ermotti. O CEO do UBS é o terceiro europeu da lista. Com um rendimento de 14,9 milhões de dólares, o Financial Times adianta que deverá perder o lugar em breve.
reuters, bloomberg
17 de Dezembro de 2023 às 12:35
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Poucos dias depois de tanto a Reserva Federal dos EUA como o Banco Central Europeu (BCE) terem mantido os juros inalterados, de olhos postos nos dados que apontam uma descida da inflação nos EUA e na Zona Euro, o CEO do UBS mostra-se reticente quano à possibilidade de os bancos centrais terem conseguido, de facto, controlar a evolução dos preços.

"Uma coisa que aprendi é que não se deve tentar fazer previsões para os próximos meses - é quase impossível. Dito isso, neste momento, ainda não estou convencido de que a inflação esteja realmente sob controle", afirmou Ermotti ao jornal suíço Le Matin Dimanche, citado pela Reuters, quando questionado sobre a perspetiva económica.

"A tendência parece favorável, mas precisamos ver se continua. Se a inflação se aproximar das metas de 2% em todas as principais economias, as políticas dos bancos centrais podem flexibilizar um pouco. Nesse ambiente, é muito importante permanecer ágil", acrescentou o banqueiro.

Na quarta-feira, a Reserva Federal norte-americana (Fed) optou, de forma unânime, por manter as taxas de juro diretoras inalteradas pela terceira reunião consecutiva. De acordo com o comunicado divulgado após o encontro do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), o intervalo permanece assim entre 5,25% e 5,5%.

"Os indicadores mais recentes sugerem que o crescimento da atividade económica desacelerou face a um crescimento mais robusto no terceiro trimestre. Os ganhos do emprego têm-se moderado desde o início do ano, mas permanecem fortes e a taxa de desemprego tem permanecido baixa. A inflação tem abrandado no último mas permanece elevada", referiu o banco central.

Jerome Powell admitiu que um corte nas taxas de juro foi avaliado na reunião, mas enfatizou que a guerra à inflação ainda não está ganha. "Isso [os cortes de juros] começa a estar em cima da mesa e é claramente um tópico de discussão para o mundo e também o foi para nós na nossa reunião de hoje", afirmou.

"Isso [os cortes de juros] começa a estar em cima da mesa e é claramente um tópico de discussão para o mundo e também o foi para nós na nossa reunião de hoje", afirmou o presidente Jerome Powell na conferência de imprensa, após a decisão de manter os juros inalterados, esta quarta-feira.

No entanto, o responsável máximo do banco central sublinhou que é "prematuro" declarar vitória contra a inflação, uma vez que "as leituras mais baixas da inflação nos últimos meses são bem-vindas, mas precisamos de ver mais indícios para construirmos confiança" sobre este ponto de vista.

De Frankfurt, os sinais foram idênticos, com Christine Lagarde a evitar dar como certo um controlo da evolução da taxa de inflação no espaço do euro. 

"Devemos baixar a guarda? Definitivamente, não", indicou a presidente da instituição, Christine Lagarde, na conferência de imprensa após as decisões de política monetária de quinta-feira.

"Quando olhamos para todos as medidas da inflação subjacente, há uma que está a diminuir um pouco, mas não muito. É a inflação doméstica, que se baseia largamente nos salários. Precisamos de mais dados. Precisamos de entender melhor o que acontece", justificou a presidente do BCE.


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