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Centeno: "É um momento muito complexo das nossas vidas este que enfrentamos"

Governador do Banco de Portugal reconhece que a inflação está, atualmente, "no centro das nossas vidas" e admite que há um desafio enorme para os bancos centrais "naquilo que significará a normalização da política monetária".

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, admite mesmo uma contração da atividade em termos intra-anuais.
Tiago Petinga/Lusa
23 de Maio de 2022 às 17:43
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O governador do Banco de Portugal não tem dúvidas de que "falar de moeda nos dias que correm é um exercício difícil", numa justificação antecipada para "a parcimónia das palavras" no anúncio do lançamento da moeda comemorativa dos 111 anos do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Na cerimónia que assinou o aniversário do ISEG, esta segunda-feira, Mário Centeno reconheceu que "a inflação está no centro das nossas vidas". Por isso, destacou, "a moeda dos 111 anos do ISEG é um testemunho que tanto reflete o passado como, atendendo ao momento atual, vai ser um marco do que a moeda significará na história que vai marcar o ano de 2022".

"É um momento muito complexo das nossas vidas este que enfrentamos, este fenómeno de inflação", admitiu o rosto máximo do banco central português. Evitando alongar-se no discurso sobre a subida de preços na Europa, o governador usou a imagem de Mercúrio - gravada na moeda comemorativa e representativa do comércio e da riqueza - como um vigilante do papel dos governadores dos bancos centrais do Euro na definição das políticas monetárias de futuro.

"Mercúrio ficará para sempre a observar o que significará a normalização da política monetária, aquilo que conseguiremos fazer na alteração da estrutura e natureza e direção da política monetária", reconheceu Centeno.

É esperado que o Banco Central Europeu anuncie uma alteração nos juros de referência da moeda única na reunião de julho. A própria Christine Lagarde já reconheceu que essa mudança e esta segunda-feira a responsável máxima do BCE deixou mais claro o calendário.

A Zona Euro deverá deixar de ter taxas de juro de referência negativas no final do terceiro trimestre deste ano, segundo antecipou a presidente do Banco Central Europeu (BCE). Numa publicação no blog da autoridade monetária, Christine Lagarde explica que a escalada dos preços justifica este calendário de inversão de política monetária.

Também o Goldman Sachs afirmou esta segunda-feira que o BCE deverá mexer nos juros em todas as reuniões até julho de 2023. "Esperamos que o BCE] aumente pela primeira vez [desde 2011] as taxas de juro aplicadas aos depósitos em 25 pontos base em julho", aponta o gigante de Wall Street. "Esperamos que o Conselho do BCE suba [as taxas de juro] em 25 pontos base em reuniões consecutivas até junho do próximo ano".

As taxas de juro estão atualmente em mínimos históricos, com a principal taxa de refinanciamento em 0% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25%. Já a taxa aplicada aos depósitos está mesmo negativa: em -0,50%.
 
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