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Bruxelas corta projeção de crescimento da economia portuguesa para 3,9% este ano

A Comissão Europeia está mais pessimista e reviu em baixa o crescimento do PIB português em 2021. Mas para 2022 vê a economia a crescer mais depressa, apontando para 5,1%. Quanto ao défice, diz que Governo falha as metas, mas por pouco.

António Pedro Santos / Lusa
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A Comissão Europeia está mais pessimista e reviu em baixa o crescimento do PIB português em 2021. Mas para 2022 vê a economia a crescer mais depressa, apontando para 5,1%. Os números foram publicados esta quarta-feira, nas Projeções de Primavera.

Nas Projeções de Inverno, Bruxelas tinha antecipado uma subida do PIB de 4,1% para este ano e de 4,3% no próximo ano, mas a vaga de novas infeções do arranque de 2021 alterou os cálculos.

As novas projeções ficam apenas uma décima abaixo da previsão inscrita pelo Governo no Programa de Estabilidade para 2021, e superam ligeiramente a expectativa do Executivo para 2022 (que espera 4,9%). Face à zona euro, Portugal vai crescer mais devagar este ano (os parceiros crescem 4,3%), mas mais depressa em 2022 (o conjunto da moeda única avança 4,4%).

Nesta atualização, a Comissão Europeia antecipa que a economia portuguesa consiga recuperar o seu nível de atividade pré-covid em "meados de 2022", presumindo que as medidas de confinamento continuam a ser aliviadas e que o financiamento da União Europeia para o Programa de Recuperação e Resiliência chega ao terreno.

No documento, os peritos explicam que o confinamento do primeiro trimestre atirou a economia novamente para uma contração (de 3,3% face ao último trimestre de 2020) mas notam que o impacto não foi tão forte como o vivido um ano antes, na primeira vaga de covid.

"As empresas e os consumidores conseguiram adaptar-se, em certa medida, às restrições, ajudados por uma nova vaga de apoios públicos para sustentar os empregos e os rendimentos", assinala Bruxelas. Além disso, as cadeias de valor da indústria conseguiram manter-se em grande medida a funcionar durante o confinamento.

O ponto mais frágil da economia portuguesa nesta conjuntura pandémica continua a ser o turismo, o setor mais afetado pelo confinamento. Aliás, em grande medida esse é um elemento fundamental de incerteza sobre o crescimento deste ano: "Os riscos continuam no sentido descendente devido à forte dependência de Portugal do turismo estrangeiro, onde a incerteza do caminho de recuperação continua elevada", lê-se no documento. O turismo não deverá recuperar o seu nível de atividade pré-pandemia até ao final de 2022, mantém a Comissão, renovando uma projeção que já tinha feito no Inverno.

Ainda assim, a Comissão Europeia espera que as exportações já deem um contributo positivo para o crescimento do PIB em 2021, voltando a ajudar à subida da atividade económica em 2022.

Quanto ao mercado de trabalho, Bruxelas nota que tanto a taxa de emprego como de desemprego deverão recuperar os seus níveis pré-pandemia em 2022.

Comissão diz que défice falha as metas, mas por pouco

A Comissão Europeia antecipa um défice orçamental de 4,7% do PIB para este ano e de 3,4% em 2022. Os números ficam ligeiramente acima das metas definidas pelo ministro das Finanças João Leão em ambos os anos. O Governo comprometeu-se com o défice de 4,5% em 2021 e de 3,2% em 2022.

Os peritos explicam que o principal motivo para a degradação das finanças públicas portuguesa foi o pacote de medidas adotadas para amparar as empresas e as famílias dos impactos da covid-19, avaliando o impacto orçamental dos apoios em "cerca de 3% do PIB." Mas notam que a despesa extraordinária com o Novo Banco também pesou, em 0,5% do PIB.

À medida que os apoios à economia forem sendo retirados, as finanças públicas vão reduzindo o seu desequilíbrio, ajudadas por receitas extraordinárias esperadas para este ano e pela chegada ao terreno do PRR, explica o documento. Ainda assim, há riscos no horizonte relacionados com a possibilidade de as garantias públicas que foram prestadas durante a crise virem a ser acionadas acima do esperado. 

"Os riscos para o cenário orçamental são no sentido descendente, relacionados com a acumulação de responsabilidades resultantes de garantias públicas prestadas no âmbito da crise, que se somam a níveis que já não eram negligenciáveis no pré-pandemia", assinala a Comissão. 

Bruxelas espera que a dívida pública baixe para 127,3% este ano e para 122,3% em 2022.

(Notícia atualizada às 10:55)
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