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BPI espera agora um crescimento abaixo de 1,3%

O BPI afasta-se ainda mais da previsão de crescimento económico do Governo para este ano. A sua estimativa de 1,3% para 2016 deverá ser revista em baixa no final deste mês.

Miguel Baltazar
19 de Agosto de 2016 às 12:08
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A variação do produto interno bruto (PIB) no segundo trimestre surpreendeu pela negativa os responsáveis de investigação do BPI, ao ter desacelerado de um crescimento homólogo de 0,9% para 0,8%. A diferença não é muita, mas havia quem esperasse uma aceleração. Este resultado é explicado com um arrefecimento do consumo privado e quebra do investimento maior do que no trimestre anterior. Embora esperem uma aceleração na segunda metade do ano, "é provável que façamos uma revisão em baixa da nossa previsão de uma expansão de 1,3% para a totalidade de 2016, antecipando um crescimento mais modesto".

 

A principal preocupação é o investimento. Embora ainda não seja conhecida a exacta variação, o INE refere que registou uma contracção maior do que no primeiro trimestre (-2,2%). "Para além das implicações na redução do crescimento actual, a falta de investimento é uma das causas do crescimento económico frágil: a taxa de investimento da economia portuguesa, perto de 30% do PIB nos anos 90, está agora nuns historicamente baixos 15%, um nível que não é suficiente para compensar a depreciação de capital", escreve o BPI.

 

O crescimento nos primeiros seis meses está assim em 0,9%, enquanto o Governo português inscreveu no Orçamento do Estado 1,8% e mesmo a Comissão Europeia antecipa 1,5%. Os 1,3% estimados pelo BPI deverão agora ser revistos em baixa. A Universidade Católica, por exemplo, antecipa apenas 0,9%.

 

Nem tudo são más notícias para o BPI, que reconhece que os dados do mercado de trabalho antecipam uma recuperação mais rápida do desemprego, que está em mínimos de seis anos (10,8%). Os técnicos admitem que o desemprego deverá ser melhor do que tinha antecipado (11,9%), embora deva ficar acima do valor esperado pelo Governo (11,4%). Porquê? Porque esta melhoria é em grande atribuída ao sector turístico, que poderá ser parcialmente invertida até ao final do ano.   

 

No que diz respeito ao comércio internacional, as exportações caíram 1,8%, enquanto as importações recuaram 1,4%. Angola é um destino particularmente negativo, estando a contrair 44%. Como a diminuição das exportações está a ser acompanhada pela mesma tendência das importações, o défice comercial não se alterou muito. Porém, se excluirmos os combustíveis, ele agrava-se em 34%.

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