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Défice é "exequível", apesar de "alguma incerteza". PIB cresce 2,3%, prevê o Banco de Portugal

As projecções do Banco de Portugal para este ano estão em linha com as previsões do Governo.

Tiago Varzim tiagovarzim@negocios.pt 11 de Outubro de 2018 às 13:00
O Banco de Portugal considera que as metas do Governo para este ano são alcançáveis. O défice orçamental de 0,7% é "exequível", apesar de haver "alguma incerteza". Já para a economia, o banco central prevê um crescimento de 2,3%, mantendo a previsão que vai ao encontro da do Governo. As projecções foram actualizadas esta quinta-feira, dia 11 de Outubro, no Boletim Económico de Outubro.

"Em 2018, a actividade económica em Portugal deverá continuará a expandir-se, ainda que a um ritmo inferior ao observado no ano anterior", prevê o Banco de Portugal (BdP), em linha com que acontece na Europa. O crescimento de 2,3% dá seguimento a um "processo muito gradual de convergência real da economia portuguesa com a área do euro". O Banco Central Europeu estima que a Zona Euro cresça 2% este ano.

A previsão mantém-se, mas as componentes do PIB mudaram de forma significativa. A dar um contributo mais positivo face às projecções de Junho está o consumo privado e público. Essa evolução reflecte "um forte aumento do rendimento disponível real associado ao dinamismo da criação de emprego e à recuperação dos salários reais". E acontece ao mesmo tempo que a taxa de poupança mantêm-se em "níveis historicamente baixos", assinala o banco central.

Por outro lado, o investimento sofre uma revisão em baixa de 1,9 pontos percentuais por causa dos atrasos em grandes obras de infraestruturas, uma maior incerteza a nível externo e também a fraca execução do investimento público. As exportações, apesar de continuarem a ser o motor da economia com novos ganhos de quota, vão crescer menos, principalmente as do turismo.



Apesar de estar a expandir-se, a economia desacelera e tal justifica-se essencialmente pelo comportamento dos sectores da indústria e da construção, segundo o Banco de Portugal, ao passo que o comércio, os transportes, o alojamento e a restauração mantêm um "dinamismo elevado".

Quanto ao défice orçamental, o Banco de Portugal alerta para as mesmas incertezas referidas pelo Conselho das Finanças Públicas ou a Unidade Técnica de Apoio Orçamental com o segundo semestre a ser influenciado pelo diferente perfil de pagamento do subsídio de natal, entre outros factores. Apesar disso, a conclusão é de que o défice de 0,7% é "exequível".

Contudo, o banco central nota que continuam a registar-se "níveis elevados de endividamento" que constituem uma "vulnerabilidade".

No Boletim Económico de Outubro, o Banco de Portugal não actualiza as projecções para os próximos anos, fazendo-o apenas para o ano corrente uma vez que ainda não foi apresentado o Orçamento do Estado para 2019, um instrumento de política económica essencial para fazer as previsões.
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