Notícia
Banco de Portugal alerta para endividamento, envelhecimento e baixo investimento
A economia portuguesa vai no bom caminho, mas continua numa situação perigosa, diz o Banco de Portugal. Fragilidade é adensada por três riscos: os elevados níveis de endividamento, o baixo investimento e o envelhecimento populacional.
Depois do susto provocado pelo acentuado abrandamento no arranque de 2016, a economia nacional voltou a arrancar na segunda metade do ano, e está mesmo no bom caminho: as empresas estão a ganhar quota de mercado nas exportações e o turismo floresce, a recuperação da economia no final do ano e as medidas de apoio ao consumo privado foram compatíveis com uma redução do défice orçamental e a manutenção de um excedente externo, e o desemprego baixou. Mas tudo isto não esconde três grandes ameaças que pendem sobre Portugal: o elevado endividamento privado e público, o baixo investimento na economia que limita a produtividade e o envelhecimento populacional, destaca o Banco de Portugal no Boletim Económico de Maio, onde faz um balanço da economia em 2016.
Após elogiar a melhoria dos saldos orçamental e externos, "condição indispensável para assegurar a estabilidade macroeconómica e a credibilidade da economia portuguesa junto dos investidores internacionais", o Banco de Portugal destaca no documento que "os elevados níveis de endividamento prevalecentes nos diversos sectores institucionais tornam a economia portuguesa particularmente vulnerável a quaisquer desenvolvimentos que impliquem subidas nas taxas de juro às quais se processa o financiamento externo". E por isso não hesita em considerar que a melhorias dos saldos orçamental e externo devem "constituir um elemento orientador das decisões de política económica adotadas a nível nacional".
E se a economia ganhou dinamismo na segunda metade do ano, o país está longe de se encontrar numa situação confortável, avisam os economistas do banco central, colocando a tónica sobre a falta de investimento no país. O relatório destaca que o crescimento de 1,4% no ano deixa o PIB ainda 4% abaixo do nível de 2008, que o investimento caiu (embora tenha acelerado também na segunda metade do ano) e que Portugal continua a ser uma das economias com menor intensidade de capital por trabalhador, o que penaliza a produtividade: "Uma das variáveis fundamentais para o crescimento da economia portuguesa é o investimento. (…) Em 2016 esta variável registou uma queda em volume de 0,8%, após um crescimento de 4,7% em 2015, embora com um perfil de recuperação intra-anual e com uma aceleração na componente empresarial. No entanto, a evolução do investimento afigura-se insuficiente, não só porque a queda durante o período da crise foi muito acentuada, mas também porque o capital por trabalhador na economia portuguesa se mantém em níveis baixos quando comparado com a média da área do euro", escrevem os economistas do banco central, salientando que "os reduzidos níveis de capital concorrem para o fraco desempenho da produtividade do trabalho na economia portuguesa, que voltou a diminuir em 2016".
O terceiro alerta que sai da Almirante Reis vai para uma tendência que vem detrás e que foi agravada na crise: o envelhecimento populacional e a redução da população activa portuguesa que limita o crescimento potencial e pressiona as contas públicas. "Em 2016 continuou a observar-se uma diminuição da população residente e da população activa. Estas reduções mantêm a tendência observada desde 2011, ainda que de forma ligeiramente menos pronunciada do que nos anos anteriores (…)", lê-se no documento, que alerta que "as marcadas tendências demográficas existentes na economia portuguesa não são fáceis de reverter e são agravadas pelos fenómenos emigratórios", acrescentando que "Embora o envelhecimento da população seja evidente em vários países europeus, esta situação constitui um importante travão ao crescimento da economia portuguesa e coloca acrescida pressão sobre a dinâmica da despesa pública com pensões e saúde".
Após elogiar a melhoria dos saldos orçamental e externos, "condição indispensável para assegurar a estabilidade macroeconómica e a credibilidade da economia portuguesa junto dos investidores internacionais", o Banco de Portugal destaca no documento que "os elevados níveis de endividamento prevalecentes nos diversos sectores institucionais tornam a economia portuguesa particularmente vulnerável a quaisquer desenvolvimentos que impliquem subidas nas taxas de juro às quais se processa o financiamento externo". E por isso não hesita em considerar que a melhorias dos saldos orçamental e externo devem "constituir um elemento orientador das decisões de política económica adotadas a nível nacional".
O terceiro alerta que sai da Almirante Reis vai para uma tendência que vem detrás e que foi agravada na crise: o envelhecimento populacional e a redução da população activa portuguesa que limita o crescimento potencial e pressiona as contas públicas. "Em 2016 continuou a observar-se uma diminuição da população residente e da população activa. Estas reduções mantêm a tendência observada desde 2011, ainda que de forma ligeiramente menos pronunciada do que nos anos anteriores (…)", lê-se no documento, que alerta que "as marcadas tendências demográficas existentes na economia portuguesa não são fáceis de reverter e são agravadas pelos fenómenos emigratórios", acrescentando que "Embora o envelhecimento da população seja evidente em vários países europeus, esta situação constitui um importante travão ao crescimento da economia portuguesa e coloca acrescida pressão sobre a dinâmica da despesa pública com pensões e saúde".