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Alojamento e restauração em máximos, mas salários continuam abaixo da média

O sector foi o que mais cresceu a vários níveis em 2017 dada a procura turística, mas os salários continuam a ficar bem abaixo da média nacional.

Bruno Simão/Negócios
26 de Outubro de 2018 às 12:14
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O sector da restauração e do alojamento destacou-se em 2017 como o que mais cresceu em termos relativos. O crescimento foi de tal forma expressivo que o volume de negócios e o valor acrescentado bruto (VAB) deste sector estão em máximos históricos. Os números foram divulgados esta sexta-feira, 26 de Outubro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no destaque Estatísticas das Empresas em Portugal para 2017.

"Em virtude dos crescimentos registados desde 2013, o volume de negócios do alojamento e restauração atingiu o valor mais elevado em 2017", assinala o INE, referindo que a subida em 2017 foi de 16,5%. O mesmo máximo verfica-se no VAB que aumentou 20,4% no ano passado. Recorde-se que, em Julho de 2016, o IVA da restauração diminuiu de 23% para 13%, o que implicou uma perda de receita para o Estado de cerca de 175 milhões de euros só nesse ano.

Estes aumentos acima da média da economia fizeram com que o sector ganhasse peso em Portugal. Em 2017, 9,8% das empresas em Portugal eram de alojamento ou restauração, num total de 38.329 sociedades. O sector corresponde ainda a 3,3% do total do volume de negócios, 8,9% do pessoal ao serviço e 5,5% do VAB.

"O crescimento expressivo dos principais indicadores económicos deste sector de atividade, nos últimos anos, mas com especial incidência em 2017, estarão relacionados com as evoluções da procura turística em Portugal", justifica o INE. O maior contributo para o aumento do VAB veio da restauração (12,2 pontos percentuais face a 8,2 p.p. do alojamento).

Todos estes valores subiram de forma significativa face ao que se registava há uma década. No caso do alojamento, o número de empresas quase duplicou. Em 2008, havia 4,2 mil empresas de alojamento. Em 2017, esse número foi 8,2 mil empresas.

Na sua maioria, as empresas deste sector são pequenas ou médias (PMEs) em termos de dimensão. "Em contrapartida, as sociedades de grande dimensão, que representavam 0,1% das sociedades deste sector de atividade, agregaram 17,8% do volume de negócios e 15,4% do número de pessoas ao serviço", refere o gabinete de estatística. 

Produtividade e salários abaixo da média
Apesar deste comportamento distintivo em 2017, este sector continua a ser marcado por uma produtividade abaixo da média nacional, assim como por salários reduzidos.

No total da economia, a produtividade aparente do trabalho aumentou 2,8% para 28.978,87 euros por pessoa ao serviço. No sector da restauração a produtividade aumentou 12,8% para 13,1 mil euros. No caso do alojamento, a subida de 7,4% permitiu ultrapassar a produtividade média por uma curta margem, atingindo os 29,6 mil euros.

Quanto aos salários, ambos estão abaixo da média das restantes empresas de 1.007 euros mensais - o valor mais elevado pelo menos desde 2008. No caso da restauração houve uma melhoria para 598 euros mensais e no caso do alojamento para 895 euros mensais. 
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