Notícia
2018 traz mais rendimentos do que custos
Ano novo, vida melhor? Cada caso é um caso, mas é verdade que os rendimentos subirão mais do que os custos para a maioria dos trabalhadores e reformados.
A chamada factura doméstica (custos com habitação, electricidade, gás e água), que representa quase um terço dos gastos das famílias, não terá agravamentos assinaláveis em Janeiro. Pela primeira vez em 18 anos, o preço da electricidade não sobe, sofrendo até uma pequena descida, de 0,2%. A tarifa do gás só é actualizada em Junho e a água depende da política de preços seguida por cada município. Quanto à prestação da casa, as famílias não podem contar com mais descidas, mas a haver subidas, estas serão ainda pouco expressivas. Já os inquilinos terão um aumento de apenas 1,1% nas rendas.
Quem fuma e quem bebe também já sabe que os impostos são actualizados cada vez que o ano muda. Este ano a actualização não é significativa (também é adaptada à inflação), mas o impacto nos clientes dependerá das decisões das entidades que comercializam estes produtos. Em relação ao tabaco, a expectativa é que só os maços mais baratos (até 4,7 euros) subam de preço, havendo até margem para não aumentar nos mais caros.
Subida generalizada dos rendimentos
Do lado dos rendimentos, as notícias são boas. Os salários, que pesam 42% no total de rendimentos das famílias, beneficiam essencialmente das mexidas no IRS. A criação de dois escalões novos vai beneficiar os rendimentos médios e altos. Quanto aos trabalhadores que auferem salários brutos superiores a 3.200 euros, também terão ganhos na remuneração que levam para casa. Não por força dos novos escalões de IRS, mas pela eliminação integral da sobretaxa que este ano ainda tiveram de suportar durante parte do ano. E os rendimentos mais baixos? Para estes, o IRS traz boas notícias, por via do mínimo de existência, mas estas só chegam em 2019. Tudo isto é também verdade para os trabalhadores do sector público, que beneficiam ainda do início do descongelamento das carreiras.
Mas não é só por via fiscal que os salários sobem. Cerca de 800 mil trabalhadores beneficiarão com o aumento de 5% do salário mínimo, que passa para 580 euros brutos.
Ao nível das prestações sociais, a principal mudança a reportar diz respeito ao subsídio de desemprego. Todos os desempregados com subsídio há mais de seis meses vão beneficiar da eliminação do corte que era aplicado a esta prestação social. Quanto às restantes prestações, como abono, RSI e CSI, também deverão ter pequenos ajustamentos que resultam da actualização em 1,8% do chamado Indexante dos Apoios Sociais.