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Medina garante mais lugares de estacionamento junto ao Saldanha
A intervenção no Eixo Central de Lisboa, com obras entre o Marquês de Pombal e Entrecampos, avança esta semana para a primeira fase, entre Picoas e a Avenida Elias Garcia. E com ganho de lugares de estacionamento, garante Medina.
Vão finalmente começar as obras de requalificação no Eixo Central de Lisboa, entre Picoas e a Avenida da República. O arranque da empreitada está marcado para esta semana, anunciou esta terça-feira o presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, depois de várias alterações no projecto. Medina apresentou uma outra mudança, esta terça-feira: ao contrário do que se previa inicialmente, só vai haver ciclovia num dos lados da Avenida da República. E com isso, em vez de se perderem 149 lugares, ganham-se sete.
As obras no eixo central da capital, orçadas em 7,5 milhões de euros, e que têm como objectivo aumentar a área pedonal na zona, através da redução do espaço para circulação de viaturas, bem como aumentar a área verde, vão redundar numa inevitável perda de lugares de estacionamento. O vereador Manuel Salgado, responsável pelo projecto, afirmou no ano passado que o número total de lugares a desaparecer deverá ser de cerca de 300.
Depois de vários debates públicos marcados por queixas dos moradores com a anunciada redução de lugares, a autarquia decidiu fazer uma alteração relevante ao projecto da intervenção planeada para a Avenida da República. Na Assembleia Municipal de Lisboa, Fernando Medina anunciou que vai deixar de haver uma ciclovia em cada um dos lados da Avenida da República para haver apenas de um lado, o lado poente.
Desta forma, o lado nascente mantém-se com "estacionamento em espinha", o que significa que "a previsão que tínhamos de alguma eliminação de cerca de 149 lugares de estacionamento, entre a praça do Saldanha e a Avenida Elias Garcia, neste momento terá ligeiro saldo positivo de cerca de lugares". O ganho de lugares nas perpendiculares da Avenida da República também contribui para este aumento de sete lugares.
Edifícios à volta do Saldanha "têm estacionamento"
Esta contabilização, contudo, não abarca todo o projecto, que se estende entre o Marquês de Pombal e Entrecampos. O vereador Manuel Salgado explicou ao Negócios que o "principal problema de perda de lugares coloca-se entre a praça do Saldanha e a avenida Elias Garcia", porque é "onde residem mais pessoas". Na praça do Saldanha, onde serão eliminados 163 lugares, não haverá grande problema, diz, porque "os edifícios à volta, como o Atrium ou o Monumental, têm todos estacionamento próprio".
Na Avenida da República, se se mantivessem as ciclovias de cada um dos lados, seriam perdidos, dos actuais 267 lugares, um total de 149 espaços de parqueamento. Como se vai optar por construir uma ciclovia única, bidireccional, o acréscimo será de sete lugares.
Adicionalmente, a câmara de Lisboa negociou com empresas que gerem parques de estacionamento subterrâneos um total de 255 lugares a um preço de 25 euros mensais para os moradores na zona, anunciou Medina. Esses parques estão localizados entre o Saldanha e o Campo Pequeno.
Quantos lugares se vão perder? Depois vê-se
Mas no total, quantos lugares serão perdidos na cidade? O Negócios perguntou a Manuel Salgado se, retirando os 149 lugares que afinal serão mantidos, aos 300 que estava previsto eliminar em todo projecto, se pode concluir que o total de lugares que vão desaparecer ronda os 150. Aparentemente, não. "Não pode fazer essa comparação, porque essa foi uma estimativa inicial. E quando começarem as obras da segunda fase, só no próximo mandato, de certeza que vamos conseguir recuperar lugares de estacionamento, como fizemos agora", respondeu o vereador.
Em suma, para a câmara de Lisboa, a única coisa que se pode concluir, nesta fase, é que vai haver mais sete lugares. O resto vê-se no próximo mandato.
O vereador João Gonçalves Pereira, do CDS, discorda das previsões de perda de lugares avançadas pela câmara de Lisboa e garante, após um levantamento exaustivo, que serão perdidos, no total, 604 lugares de estacionamento com esta intervenção. Manuel Salgado nega estes números e diz que os centristas estão a contabilizar lugares em que actualmente já não se pode estacionar.