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Acordo de Paris para as alterações climáticas assinado esta sexta-feira

Quatro meses depois do acordo climático alcançado em Paris, o documento é assinado em Nova Iorque. É urgente agir, mas o documento terá ainda de passar pelo crivo de pelo menos 55 países, que são responsáveis por 55% das emissões poluentes.

Reuters
22 de Abril de 2016 às 13:53
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O acordo alcançado em Dezembro na Cimeira do Clima de Paris (COP21) entre 195 países será assinado esta sexta-feira em Nova Iorque. A cerimónia será presidida por Ban Ki-moon e é expectável que mais de 150 países assinem já o documento. No entanto, a sua entrada em vigor não é imediata.

É expectável que estejam representados na cerimónia de assinatura do Acordo de Paris para a Alterações climáticas 170 países e 60 chefes de Estado, escreve o The Guardian, numa demonstração poderosa sobre os esforços globais para proteger o planeta. Segundo a BBC, 155 países deverão assinar formalmente o documento. O Financial Times fala de mais de 165 assinantes. De fora estão os EUA e a China, que planeiam aderir este ano, mas que sozinhos representam 40% das emissões globais, escreve o jornal.

A implementação deste acordo está ainda dependente da ratificação do mesmo por, pelo menos, 55 países, representantes de 55% das emissões globais de gases com efeito de estufa.

Isto significa que, em alguns casos, o documento terá de ser votado nos parlamentos nacionais. A União Europeia não é excepção, com a implementação do documento dependente da sua ratificação pelos 28 Estados-membros.

Obama não estará presente na cerimónia, contrariamente ao presidente francês, François Hollande, e ao primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. O Vice-presidente da Comissão Europeia, Maroš Šefcovic, e o ministro holandês do Ambiente, Sharon Dijksma, vão assinar o acordo em representação da União Europeia. A declaração oficial estará a cargo do comissário para a Energia e Acção Climática Miguel Arias Cañete. O actor Leonardo di Caprio também deverá marcar presença no evento.

O acordo de Paris prevê que se encetem esforços para limitar o aumento da temperatura "bem abaixo dos 2ºC" e incentiva os países a "continuar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC" relativamente à era pré-industrial. Neste âmbito, os países são convidados a apresentar novas metas para a redução das emissões de gases com efeito de estufa a casa cinco anos. Está igualmente prevista a criação de um mecanismo de supervisão comum. Por fim, o acordo formaliza os parâmetros de financiamento aos países em desenvolvimento para auxiliar nos esforços para combater as alterações climáticas.

Apesar destes compromissos, líderes e cientistas concordam que o acordo de Paris está ainda longe de garantir que se alcançam o aquecimento global não ultrapassa a barreira dos 1,5ºC a 2ºC, a partir do qual as consequências para o Planeta seriam desastrosas. Os avisos da comunidade científica prevêem cheias, secas e tempestades cada vez mais graves, bem como a subida do nível das águas do mar, que seria catastrófica para zonas costeiras onde vivem milhões de pessoas.

E há urgência em agir, nota o The Guardian. O ano passado foi o mais quente desde, pelo menos, 1880. As altas temperaturas registadas nos primeiros três meses deste ano bateram recordes e confundiram a comunidade científica sobre o ritmo a que a temperatura no planeta está de facto a aumentar. No Árctico, quase não houve inverno este ano, com os níveis de derretimento do gelo a alarmar também os cientistas. E na Grande Barreira Coral Australiana, cerca de 93% dos corais mostraram sinais de branqueamento devido ao aquecimento da temperatura do mar provocada pelas emissões de carbono e pelo fenómeno el Ninõ.

 

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