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Seguro: Toika e Governo revelam enorme insensibilidade sobre Portugal

O secretário-geral do PS afirmou esta quarta-feira que a troika utiliza os mesmos argumentos do Governo português e revela uma "enorme insensibilidade" face à actual situação dos portugueses ao afastar uma flexibilização das metas do défice.

Bruno Simão/Negócios
18 de Setembro de 2013 às 19:46
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António José Seguro falava aos jornalistas, após ter visitado o Hospital de Cantanhede, na companhia do candidato socialista à Câmara deste município, o médico Carlos Ordens.

 

De acordo com o secretário-geral do PS, a troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) "usa os mesmos argumentos do primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] e do Governo português, considerando que Portugal está no bom caminho".

 

"Eu não tenho essa opinião, nem a esmagadora maioria dos portugueses", declarou, depois de ser interrogado sobre o resultado da reunião desta manhã entre a direcção do PS e os representantes da troika no âmbito da oitava e nova avaliação ao Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal.

 

Seguro referiu que na reunião o PS propôs que o défice para 2014, "no mínimo, pudesse ficar em cinco por cento - aliás, no caminho apontado pelo relatório do FMI, que diz que é necessário reconhecer erros" da austeridade excessiva aplicada nos países sob assistência financeira.

 

No entanto, de acordo com o secretário-geral do PS, perante uma eventual flexibilização do défice para 2014, "a troika respondeu da mesma forma que o primeiro-ministro e o Governo, com uma insensibilidade enorme em relação a estas matérias".

 

"O défice em pelo menos 5% origina que não seja necessário fazer um corte nas pensões ou aplicar a TSU às pensões da Segurança Social, aliviando-se assim os sacrifícios e a dor dos portugueses", justificou.

 

Para António José Seguro, com a apresentação da proposta no sentido de uma maior flexibilização do défice, "o PS cumpriu a sua missão".

 

"Agora, se a troika e o Governo estão do mesmo lado e utilizam os mesmos argumentos, isso parece-me já uma falta de sensibilidade social e também de conhecimento da realidade portuguesa", sustentou.

 

António José Seguro contestou também a tese, que disse ser da troika e do Governo, de que um eventual abrandamento da austeridade poderá gerar desconfiança nos mercados.

 

"Ainda hoje a [agência de rating] Standard & Poors ameaçou cortar o rating de Portugal, o que significa que, infelizmente, também junto dos mercados Portugal não está a ganhar credibilidade. Ainda hoje houve mais uma emissão de dívida e pagámos juros mais altos", observou o secretário-geral do PS.

 

Em relação ao mais recente relatório do FMI, criticando a austeridade excessiva, Seguro disse que "nem o PS nem os portugueses compreendem" as contradições existentes nesta instituição internacional.

 

"O FMI refere erros cometidos desde o início do ajustamento, mas não tira consequências. Ora, as consequências seriam parar com os cortes. Mas nem o Governo nem a troika tiram essas conclusões. O Governo e a troika estão sempre do mesmo lado", acrescentou.

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