Em 2023, a CUF realizou 2,9 milhões de consultas, cuidando de 1,2 milhões de portugueses. Com quase 80 anos de história, a empresa tem vindo a aumentar a oferta através da sua rede nacional de hospitais e clínicas, dos canais digitais e de serviços domiciliários. Segundo o seu CEO, Rui Diniz, a sua liderança e pioneirismo mantém-se, igualmente, na jornada para a sustentabilidade do setor da saúde.
De que forma a CUF encara o desafio da sustentabilidade?
Nós vemos a sustentabilidade mais como uma oportunidade do que como um desafio. E vemos a sustentabilidade como uma oportunidade em dois planos diferentes. Num primeiro plano, como uma oportunidade para continuar a prestar cuidados de saúde com qualidade, mas de uma forma cada vez mais sustentável e com menor impacto na comunidade e no ambiente. Um segundo plano, que, do nosso ponto de vista, é cada vez mais importante e no qual podemos ter um papel mais central, é na prevenção dos impactos das alterações ambientais. Ou seja, na prevenção desses efeitos na saúde das pessoas e no apoio no tratamento daquilo que vierem a ser esses impactos.
Nesse contexto, quais são os vossos compromissos?
Em 2023, a CUF publicou o seu compromisso com a sustentabilidade. Não só é claramente conhecido por todos os que trabalham na CUF, como é do conhecimento de todos os nossos stakeholders, e de todos os que connosco interagem, e que sabem com o que nos comprometemos. Este conhecimento é importante porque, em termos de sustentabilidade, queremos partir daquilo que é a nossa realidade interna para atingir toda a nossa cadeia de valor. Não nos basta fazer aquilo que está diretamente ao nosso alcance, mas também queremos promover a sustentabilidade junto de todos os intervenientes na nossa cadeia de valor, de forma a torná-la cada vez mais sustentável no seu conjunto.
Como é que se materializa o compromisso da CUF com a sustentabilidade? Que projetos estão a desenvolver neste âmbito?
A CUF assumiu um conjunto de 11 compromissos na área do ESG (ambiente, social e governação). Na área do ambiente, destaco a medição e redução da nossa pegada carbónica de uma forma ampla, ou seja, incluindo o âmbito três. Do ponto de vista social, a nossa prioridade continua a ser a comunidade interna, todos os que trabalham na CUF e que hoje são cerca de 15 mil pessoas. Para eles, lançámos um programa de prevenção e de promoção do bem-estar, que inclui os nossos colaboradores e as respetivas famílias. Ainda na dimensão social, mas agora na sua vertente externa, gostaria de destacar três projetos que temos desenvolvido em articulação com instituições da sociedade civil. Com a Fundação Calouste Gulbenkian temos um programa de formação de cuidadores formais. Estes muitas vezes não têm a formação adequada e com este programa conjunto procuramos dar-lhes a formação necessária para poderem desenvolver melhor um trabalho que é cada vez mais importante no contexto do envelhecimento da nossa população.
Em articulação com a Fundação Manuel Violante temos o programa Miles, em que trabalhamos com IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) de todo o país no sentido de lhes dar mais competências e capacidades de gestão. É um programa que conta com a intervenção dos nossos colaboradores, que são mentores destas instituições. Finalmente, destacaria a nossa participação no Programa PRO-MOV, com o Business Roundtable Portugal, em que procuramos fazer o "reskilling" e dar mais competências e capacidades a profissionais em várias áreas da prestação de cuidados de saúde, proporcionando novas oportunidades de requalificação a pessoas desempregadas ou em risco de desemprego.
Na área da governação, gostaria de salientar o esforço que estamos a fazer na divulgação e implementação do nosso código de conduta. É uma ferramenta que temos comunicado de forma muito intensa junto dos nossos colaboradores e que consideramos deve ser assimilada e vivida, de forma muito clara, no dia a dia de todos.
Nesta vertente da sustentabilidade, que temas estão a merecer mais a vossa atenção este ano?
Este ano, estamos fundamentalmente focados na concretização dos muitos projetos que já temos em curso. Na vertente ambiental, estamos a desenvolver, com muita intensidade, o nosso roteiro para a descarbonização. Na dimensão social, também na vertente interna, estamos a promover cada vez mais a capacidade de conciliar a vida profissional com a vida familiar de todos os que trabalham na CUF. No que diz respeito à governação, estamos a trabalhar na integração cada vez mais da gestão de riscos com a nossa estratégia de negócio. Esta é uma prioridade de atuação, em que teremos o nosso comité de risco a acompanhar cada vez mais de perto esses temas.
Neste contexto, que significado atribui à vossa participação na Iniciativa Negócios Sustentabilidade?
Esta iniciativa é de grande relevância. Porque incentiva, através da divulgação do exemplo dado por várias organizações, mais empresas a entrar neste desafio e a capturar esta oportunidade. Por outro lado, permite que cada um aprenda com os projetos dos que entram nesta iniciativa e possam vir a replicar nas suas organizações projetos que tenham sido originalmente lançados por outros. Esta é uma área em que não deve haver concorrência, mas antes convergência e cooperação. Por isso, aderimos a este desafio, que vemos de forma muito positiva.