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Portugal precisa de acelerar para cumprir metas de reciclagem de embalagens

Sociedade Ponto Verde aposta em projetos para aumentar literacia e incentivar ação. Metas da União Europeia em risco.

29 de Julho de 2024 às 12:05
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No dia 17 de maio, Dia Internacional da Reciclagem, a Sociedade Ponto Verde (SPV) contabilizou 10 milhões de toneladas de resíduos de embalagens recicladas pelos portugueses desde 1996. Foi neste ano que se iniciou a atividade desta entidade, constituída para organizar e gerir a retoma e valorização de resíduos de embalagens, promovendo a economia circular. Chegados a 2023, Portugal já recicla 55,3% das embalagens, sendo este atualmente o único indicador que está dentro das metas nacionais de reciclagem.

Para Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, "Portugal tem feito um trabalho notável no que diz respeito à reciclagem de embalagens. O sistema tem vindo a evoluir e os cidadãos têm sido bastante participativos, mas é preciso acelerar quando o país tem novas metas para cumprir". De facto, para cumprir os novos objetivos de reciclagem definidos pela União Europeia, e reciclar, até ao final de 2025, pelo menos 65% de todas as embalagens, Portugal terá de acelerar consideravelmente o esforço coletivo de reciclagem.





É preciso acelerar
Neste contexto, e na perspetiva de Ana Trigo Morais, "motivar para gerar ainda mais ação é fundamental. São os cidadãos que depositam as suas embalagens nos ecopontos e, por isso, a par do investimento num serviço de qualidade e conveniente, há que investir em campanhas de proximidade e diferenciadoras, ensinando o impacto positivo que este gesto tem no planeta." Segundo a responsável: "Nós, na SPV, estamos totalmente empenhados nesta missão."

Neste contexto de motivação para a ação, para Ricardo Sacoto Lagoa, coordenador de Marketing e Comunicação da SPV, "o primeiro grande desafio é garantir que a informação que é transmitida é simples, é transparente, e está muito bem suportada em factos". Esta exigência é fundamental para se ser credível e motivar para a ação. Acresce que esta é uma comunicação "para todos os cidadãos, de todas as idades, em todos os níveis sociais", nota Ricardo Sacoto Lagoa.

Acresce, refere o responsável, "que temos de comunicar, não só como fazer a separação, mas qual o propósito e qual o impacto".

Boa reputação ajuda
No entanto, e graças aos 27 anos que já leva de trabalho no mercado e de comunicação para fomentar a reciclagem de embalagens em Portugal, a SPV não só "tem uma relação de grande proximidade com os seus clientes e uma relação de cooperação muito grande com os seus parceiros, que está a aproveitar para trazer inovação a este setor", como, refere Ricardo Sacoto Lagoa, "somos vistos como uma empresa com boa reputação e grande credibilidade pelos cidadãos, somos vistos como alguém que é a referência e o líder do setor". Uma imagem que é de especial importância, porque, afirma o coordenador da SPV, "pretendemos apostar neste capital que temos para motivar mais os clientes, parceiros e cidadãos para os temas do ambiente, da sustentabilidade, e da reciclagem de embalagens". Neste último caso, nota, "com particular ênfase fase na necessidade de atingir as metas de reciclagem de embalagens a que Portugal se obrigou, e que são fundamentais para o nosso setor".

Academia aumenta literacia
Pela natureza do seu negócio e da sua missão, bem como pela importância do setor que serve, a Sociedade Ponto Verde tem um papel fundamental no aumento da consciência ambiental e da noção da importância da economia circular. Neste contexto, para Ricardo Sacoto Lagoa, há dois projetos de comunicação que são especialmente significativos para a SPV. Um deles é a Academia Ponto Verde, "um projeto de educação ambiental que vai às escolas, interage com os alunos, colabora  com os professores, e aumenta a literacia ambiental das novas gerações", explica o responsável.

Este projeto parte de uma plataforma online desenhada para dinamizar o desenvolvimento de iniciativas de promoção da reciclagem de embalagens e para ajudar a implementar ações num compromisso de proteção do ambiente. Ou seja, um espaço pensado como um ponto de partida, no qual professores e alunos encontram informação, recursos e desafios. Esta plataforma tem associadas iniciativas como o roadshow "Reciclar é na boa", que tem como objetivo chegar a 200 escolas até ao final do ano de 2024. Para Ricardo Sacoto Lagoa, "o objetivo é que as futuras gerações estejam mais bem equipadas para fazer a separação dos resíduos e para cuidar do planeta". Segundo o coordenador, "acreditamos ter aqui um projeto com grande impacto na sociedade, na comunidade que nos envolve, e nas gerações futuras".

Aplicação motiva ação
O segundo projeto em destaque é a aplicação móvel "Acerta e Recicla", criada pela Sociedade Ponto Verde. Para Ricardo Sacoto Lagoa, "é um projeto que aproveita a digitalização para apostar na proximidade com os cidadãos". Para além de ter um conjunto muito grande de informação para consulta, a app "Acerta e Recicla" inclui jogos para partilhar boas-práticas e incentivar os portugueses a reciclar mais e melhor as embalagens, recompensando quem mostrar mais conhecimento sobre a correta separação de resíduos. Desta forma, afirma o responsável, "acreditamos que estamos a criar uma mecânica de recompensa que vai incentivar as pessoas a investir mais do seu tempo e do seu propósito em temas relacionados com a reciclagem das embalagens".

 

 

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