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Vinhos: Paixões de família

O Douro continua a ser o palco de novas apostas vinícolas. É o que se passa com a Casa d’Arrochella, que nos últimos anos tem vindo a desenvolver um aliciante percurso na área dos vinhos e dos azeites, recuperando uma tradição antiga da família.

04 de Março de 2017 às 15:00
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A baronesa Philippine de Rothschild, quando recebia alguém nos seus domínios de Bordéus, costumava dizer com refinada ironia: "Fazer vinho é um negócio muito simples. Só os primeiros 200 anos é que são difíceis." No vinho a memória e a tradição contam. Quando olhamos para o mundo fabuloso do rio Douro e para as suas margens ou entramos nos territórios de Trás-os-Montes, ainda ficamos com uma ideia mais forte deste sentimento - que séculos de História observam o que se faz hoje. Não admira que alguns produtores recuperem essa ligação ao passado e se dediquem a criar vinhos e azeites que têm o peso da tradição.

Um caso particularmente curioso é o da Casa d'Arrochella que, integrando-se perfeitamente numa nova geração de produtores que sentiram o apelo desta tradição nacional, produzem vinhos e azeites de requinte e sabedoria.

A ligação cultural ao Douro é aqui extremamente forte e relevante. Basta dizer que o administrador da Casa d'Arrochella, Bernardo de Arrochela Alegria (descendente e sucessor de Nicolau de Arrochella Moraes e Castro Pimentel, primeiro conde de Arrochela), é o principal motivador deste projecto situado no Douro Superior, com mais de 115 ha de vinhas, e que procura voltar a unificar as ligações e a história dos importantes vínculos da Casa d'Arrochella na região de Trás-os-Montes e Alto Douro à devoção pelo Douro.

Ao longo dos últimos anos a Casa d'Arrochella tem colocado no mercado vinhos e azeites de qualidade superior, frutos apetecíveis de uma vasta zona de 600 ha de terreno, distribuídas por cinco quintas. É pois um sólido valor que permite que a casa se tenha especializado a produzir vinhos e azeites.

É na sub-região do Douro Superior, entre Vila Flor, Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa, que o projecto é desenvolvido com a paixão e o envolvimento cultural de quem tem uma ligação secular ao Douro, como é o caso de Bernardo de Arrochella Alegria. As vinhas da Sociedade Agrícola da Casa d'Arrochella - Quinta do Cerval, Quinta do Nabo, Quinta das Trigueiras, Quinta de Vale d´Arcos e Quinta da Peça - estendem-se ao longo de 115 hectares, e o centro de vinificação situa-se em Vilas Boas, Vila Flor, na Quinta da Peça. A adega, totalmente equipada segundo os mais rigorosos critérios em vigor, tem capacidade para a produção de cerca de 300.000 litros, com dois lagares de granito e cubas de fermentação em inox.

Muitos bons vinhos têm saído das últimas adegas nos últimos anos, como o Vila Flor Branco 2015 (Douro, produzido com as castas Malvasia Fina, Códega do Larinho e Gouveio), o Vila Flor Reserva 2013 (Douro, feito a partir das castas Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz, com estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês), o Grandes Quintas 2015 (Branco do Douro, produzido com as castas Malvasia Fina, Códega do Larinho e Gouveio), o Grandes Quintas 2014 (tinto, Douro, produzido com as castas Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Tinta Franca e Tinta Roriz), o Grandes Quintas Reserva 2012 (tinto, Douro, feito após vindima manual, em caixas de 20 kg, de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Amarela), o Vinhas do Cerval (tinto, do Douro, também feito após vindima manual, a partir das vinhas presentes no Vale de Canivães com cerca de 35 anos de idade das castas Tinto Cão, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca) ou o recente Vila Flor Vinha da Peça tinto Doc 2013.

Este vinho, com assinatura dos enólogos Luís Soares Duarte e Rosa Sequeira, é proveniente de uvas colhidas na propriedade Quinta da Peça, em Vila Flor. Trata-se de um vinho que fermentou em cubas de inox com uma temperatura controlada a 24/26 graus durante sete dias. 100% do lote estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês, tendo sido colocadas no mercado nacional perto de 4.500 garrafas. Foi feito a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Sousão e Tinta Roriz e estagiou 12 meses em barricas de Carvalho Francês. Uma proposta forte desta marca que está a fazer um trabalho muito interessante no Douro.

A Casa d'Arrochella talvez um dia tenha escutado Jim Morrison cantar em "An American Prayer": "Where is the wine, the New Wine? Dying on the vine." E achou que o bom vinho não é para ficar nas vinhas a perecer. É para ser celebrado e bebido. Ainda bem que o fez.
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