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Zoos e aquários assumem-se como defensores da biodiversidade

O Oceanário está a preparar o Livro Vermelho dos Peixes Marinhos de Portugal para 2025 e o Jardim Zoológico coordena por exemplo o programa de reintrodução do Leopardo-da-Pérsia no Cáucaso. Cada vez mais, Zoos e Aquários apostam na investigação científica, reprodução em cativeiro e no financiamento de projetos de conservação.
Susana Torrão e Bruno Colaço - Fotografia 23 de Fevereiro de 2024 às 14:45

Longe vão os tempos em que zoos e aquários tinham como propósito a exposição de animais, deixando para segundo plano as questões do bem-estar e da conservação das populações na natureza. Nas últimas décadas, o paradigma mudou e as instituições assumiram parte ativa nos esforços de conservação da biodiversidade.

 

Em 2023, a Comissão de Conservação de Espécies (CCE) da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) emitiu uma declaração de posição sobre o papel dos jardins botânicos, aquários e zoos na conservação das espécies, na qual lhes reconheceu "o contributo significativo para a conservação de animais, fungos e plantas selvagens". A CCE destaca o trabalho desenvolvido ao nível da investigação científica na genética aplicada, estudos comportamentais e cuidado animal "ex-situ", bem como a reintrodução de espécies na natureza e os projetos de educação e envolvimento da comunidade. A "abordagem integrada que envolva a participação ativa de diversos intervenientes" é tida como a estratégia mais indicada para inverter o risco de extinção das espécies e, neste âmbito, foi criada a rede de Centros para a Sobrevivência de Espécies, da qual faz parte o Oceanário de Lisboa.

 

Trabalho de conservação

 

"Desde 2018 temos uma pessoa dedicada à parte da avaliação das espécies marinhas para a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas. E somos um Centro para a Sobrevivência de Espécies desde 2020", explica Núria Baylina, curadora e diretora de biologia e conservação do Oceanário de Lisboa. O Oceanário está a preparar o Livro Vermelho dos Peixes Marinhos de Portugal para 2025. "Estamos a fazer a avaliação de todas as espécies de peixe marinhas de Portugal Continental, Madeira e Açores", explica a responsável. "Para algumas espécies, a última avaliação data de 1993", lembra. 

 

O Oceanário apoia programas de conservação "in situ" deste 2007, tendo já participado em mais de 40. Isto implica apoios financeiros e colaborações como a que envolve o Re-Shark, conduzido por vários aquários e ONG. "O objetivo é utilizar o conhecimento dos aquários na reprodução de elasmobrânquios e perceber em que casos uma reprodução em condições controladas pode vir a gerar um programa de reintrodução no meio natural", explica.

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