Notícia
Um canal para o artesanato português
Uma plataforma virtual comercializa bens de algumas das melhores origens e modos do artesanato português, gerando um modelo de negócio que devia ser replicado.
07 de Julho de 2018 às 09:00
Há pelo menos dois aspectos fascinantes no mundo isolado dos artesãos portugueses. O primeiro é o do número de artesãos em actividade, que é ainda elevado para a época em que vivemos, dominada pela produção em série e pela produção automatizada, e o facto de ainda conseguirem criar em praticamente todos os campos e temas milenares, da olaria aos têxteis, passando pela cestaria e pela madeira. O segundo é de que a esmagadora maioria destes artesãos é totalmente desconhecida, trabalha sem um plano de marketing, e raramente chega a canais de distribuição e de venda visíveis.
Assim, o artesanato português vive, com notáveis excepções, num cenário desolador, dado que a elevada qualidade da sua produção é destruída pela sua impossibilidade de marcar e sobreviver no mercado. Têm existido várias tentativas para afastar desta chuva ácida eterna os artesãos portugueses, de algumas iniciativas públicas, centrais e autárquicas, a movimentos privados, vindos de ONG e associações, passando, claro, por posicionamentos bem pensados dos artesãos e das suas empresas, mas o sucesso, infelizmente, continua uma excepção.
Curiosamente, existem poucos operadores do mercado, dos distribuidores aos "dealers", a seguir o modelo da Casa Cubista, www.casacubista.com. Dinamizada por um duo luso-canadiano e holandês, a Casa Cubista funciona primeiro como explorador, ou seja, percorre o país à procura de artesãos com capacidade técnica e estética, em temas de enorme potencial. Deve-se à marca a redescoberta ou a passagem para a visibilidade, de artes antigas e prestigiadas, mas quase desaparecidas do circuito dominante, como a da olaria de São Pedro do Corval, no Alentejo, e a dos têxteis algarvios.
De seguida, a Casa Cubista funciona também como parceiro na criação, lançando ideias e projectos, nas formas e nas ilustrações, que são depois trabalhadas e concebidas pelos artesãos. Finalmente, a marca trabalha numa terceira dimensão, porventura a mais importante, que é a de comercializar o produto, preferencialmente através da sua plataforma digital, mas também em locais seleccionados de Portugal, da Europa, do Médio Oriente e da América do Norte.
O único problema que a Casa Cubista ainda não resolveu é o da identificação do artesão e da série criativa. Efectivamente, a instituição comercializa os bens com a sua marca, não assinalando origem nem data, o que diminui o valor da peça e do seu criador. Assim, o modelo da Casa Cubista é extremamente valioso para o artesanato português, mas tem margem para ser ainda mais refinado.
Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.
Assim, o artesanato português vive, com notáveis excepções, num cenário desolador, dado que a elevada qualidade da sua produção é destruída pela sua impossibilidade de marcar e sobreviver no mercado. Têm existido várias tentativas para afastar desta chuva ácida eterna os artesãos portugueses, de algumas iniciativas públicas, centrais e autárquicas, a movimentos privados, vindos de ONG e associações, passando, claro, por posicionamentos bem pensados dos artesãos e das suas empresas, mas o sucesso, infelizmente, continua uma excepção.
De seguida, a Casa Cubista funciona também como parceiro na criação, lançando ideias e projectos, nas formas e nas ilustrações, que são depois trabalhadas e concebidas pelos artesãos. Finalmente, a marca trabalha numa terceira dimensão, porventura a mais importante, que é a de comercializar o produto, preferencialmente através da sua plataforma digital, mas também em locais seleccionados de Portugal, da Europa, do Médio Oriente e da América do Norte.
O único problema que a Casa Cubista ainda não resolveu é o da identificação do artesão e da série criativa. Efectivamente, a instituição comercializa os bens com a sua marca, não assinalando origem nem data, o que diminui o valor da peça e do seu criador. Assim, o modelo da Casa Cubista é extremamente valioso para o artesanato português, mas tem margem para ser ainda mais refinado.
Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.