"A minha amiga andava encantada com o marido. Ela chegava a casa e estava tudo feito! Cortinas colocadas, quadros pendurados... Até que um dia, no regresso do trabalho, se cruzou com o Oscar", conta, divertida, Sofia Coelho, ao recordar o dia em que a amiga descobriu que andava a ser "enganada". Oscar não é o nome do trabalhador, mas sim de uma das plataformas presentes no mercado português que agregam serviços que vão de pequenas obras, a desentupimentos ou limpezas. A descoberta não só não fez mossa no casamento, como contribuiu para a popularidade da aplicação entre os amigos do casal. E quando Sofia, empresária de 48 anos, precisou de resolver uma fuga de água na casa de banho, não teve dúvidas sobre quem contratar.
Nos últimos anos, assistiu-se a uma multiplicação destas plataformas. Da Zaask, à TaskRabbit, passando pela YourHero ou pela 55 +, o modo de funcionamento é semelhante: em vez de contratar diretamente um profissional, o cliente recorre à plataforma através de uma aplicação, selecionando o serviço e os profissionais pretendidos. Isto num momento em que se assiste ao que as consultoras na área dos recursos humanos denominaram como "revolução das qualificações", com as empresas e o mercado a valorizarem perfis técnicos, mais tradicionais e altamente especializados, como costureiras, modistas, eletricistas, serralheiros e carpinteiros.