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Portugal deve reclamar bens culturais saqueados?

A história da Humanidade está cheia de guerras, ocupações e saques. Além da morte e da destruição, existe um outro dano colateral nestes momentos onde a violência impera - a perda de património cultural. Nos últimos anos, gerou-se uma discussão em torno da devolução de peças levadas dos seus países de origem, no período colonial, para museus e coleções particulares no Ocidente. Nessa lógica da restituição histórica, seria legítimo Portugal reclamar também o seu património saqueado ao longo dos séculos?
Filipa Lino 04 de Novembro de 2023 às 11:00

Livros raros, pinturas, joias, arte sacra, cartografia, amostras de metais preciosos... A lista é interminável. Ao longo dos séculos, muito do património cultural português foi saqueado e levado para outros países. Um dos períodos que mais depauperou Portugal foi o das invasões francesas, no início do século XIX.

 

O exército de Napoleão "varreu" o país e deixou um rasto de destruição. As altas patentes militares tinham carta branca para saquearem museus, palácios e bibliotecas. Mais de 200 anos depois, muito desse património pilhado está em França, em instituições como o Museu de Belas Artes de Lyon, o Museu Nacional de História Natural, o Museu do Louvre e em várias bibliotecas daquele país. 

 

Em 2021, o arqueólogo Alexandre de Paiva Monteiro quis pôr o assunto na agenda política e entregou uma petição na Assembleia da República pela restituição dos bens culturais saqueados pelas tropas napoleónicas em Portugal. No texto, o investigador referia que, entre 1807 e 1810, foram "roubados milhares de artefactos religiosos em prata e ouro" e foram "saqueadas as coleções naturais e as bibliotecas e arquivos de vários palácios reais, com especial incidência sobre as do Palácio da Ajuda, numa ação levada a cabo pelo cientista francês Geoffroy Saint-Hilaire, sob ordens do ministro do Interior de França". 

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