Notícia
Paludismo americano
O meu pai, tinha eu sete anos, sentou-me na motorizada NSU e levou-me a ver o consulado americano em Luanda. Acabara de ser apedrejado e os americanos acusados de apoiarem os “terroristas” que, em Março de 61, tinham posto o Norte daquela “Angola é nossa” em agonia.
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Ainda me lembro dos enxovalhados beijos na boca que então dava a Mao-Tsé Tung. Foi ali entre os meus 19 anos e os vinte e meio. Viera de Luanda estudar direito e o maoismo lisboeta de 1973 chamuscou-me – sim, houve um maoismo lisboeta de 73, pincelado a delirantes, esquizóides e disléxicos toques de Sorbonne, Paris VII. O maoismo lisboeta só não conseguiu estrangular o meu vocal e fidelíssimo pró-americanismo.