Notícia
O toque das mulheres nos edifícios de Lisboa
Há três roteiros em Lisboa que têm como fio condutor os edifícios de arquitectura moderna que tiveram a intervenção de mulheres - sejam elas designers, arquitectas ou engenheiras civis. O convite é para descobrir o toque feminino destas estruturas.
Foto em cima: Painel "O Mar" (1958), da artista Maria Keil, na Avenida Infante Santo.
A viagem pode começar na Estação Fluvial Sul e Sueste (junto ao Terreiro do Paço), no Bar Left (em Santos), ou no Edifício Heron Castilho (junto ao Marquês de Pombal). Tudo depende do itinerário escolhido. Mas o objectivo é sempre o mesmo - olhar de forma atenta para os 19 edifícios modernos desenhados ou intervencionados por mulheres portuguesas. Ao todo, são três os percursos: "Da Baixa às colinas"; "De Santos a Belém" e "Lisboa Moderna". Foram todos desenhados por Maria Helena Souto, professora do IADE e uma estudiosa da história da arte portuguesa no feminino.
"A minha preocupação foi criar dois percursos que fossem claramente ligados à Lisboa antiga", disse, ao Negócios, Maria Helena Souto. Esta investigadora representa Portugal no projecto europeu MoMoWo - Women's creativity since the Modern Movement, que resulta de uma parceria entre sete instituições de ensino superior de seis Estados-membros: Itália, Portugal, Holanda, Eslovénia, França e Espanha. O projecto, financiado por fundos comunitários, é uma homenagem ao trabalho das mulheres nas áreas da arquitectura, engenharia civil, planeamento urbano, paisagismo, design de produto e interiores.
No caso da Estação Fluvial Sul e Sueste, a homenageada é a arquitecta Ana Costa, a neta de Cottinelli Telmo, o arquitecto que desenhou o edifício construído entre 1929 e 1931, no estilo art decó. Foi ela que liderou o projecto de recuperação e ligação ao metro em 2003 e agora será também responsável pela segunda intervenção na obra do avô, que está prestes a começar. Mas há outros edifícios emblemáticos da cidade nos percursos propostos: o MUDE - Museu do Design e da Moda, o Teatro da Politécnica, a antiga Escola Machado de Castro, o Museu Nacional dos Coches, o Hotel Ritz ou o Anfiteatro da Fundação Gulbenkian, também estão nos mapas. No segundo itinerário é também destacado o painel de azulejos "O Mar", de Maria Keil, na Avenida Infante Santo. Mas "são principalmente obras de arquitectura porque acaba por ser o mais evidente", explica Maria Helena Souto, acrescentando logo de seguida que os edifícios podem ser visitados por dentro. Os guias dos itinerários, com informação detalhada sobre as obras e as mulheres ligadas aos respectivos projectos, estão em inglês e podem ser descarregados em www.momowo.eu, tanto na versão app como em pdf.
Uma linha do tempo
Paralelamente aos percursos por Lisboa, a MoMoWo apresenta, na Fundação Portuguesa das Comunicações, até ao final do mês, a exposição itinerante "100 obras em 100 anos - Mulheres Europeias na Arquitectura e no Design". Trata-se de uma mostra digital, que já esteve em Oviedo, onde se destacam os feitos das mulheres num século, ordenados numa linha temporal desde 1918 até à actualidade. Esta linha, denominada "Chronomomowo", dá particular relevo às mulheres "que contribuíram decisivamente para a afirmação destas profissões da arte, arquitectura, do design e da engenharia civil", diz Maria Helena Souto. Nesta mostra estão duas mesas interactivas onde os visitantes podem conhecer em pormenor as 100 obras de mulheres em 100 anos, e outra apresentação dedicada apenas às obras de mulheres portuguesas. Na lista constam nomes como a arquitecta Teresa Nunes da Ponte, a artista Maria Keil e a designer Maria Helena Matos.
Depois de Lisboa, a mostra segue para Grenoble, Amesterdão, Liubliana e termina em Turim. Na outra mesa interactiva, o visitante pode conhecer as 19 obras dos três itinerários propostos pela MoMoWo. Tudo através do toque no ecrã. Sem ter de andar a pé ou de carro.
A viagem pode começar na Estação Fluvial Sul e Sueste (junto ao Terreiro do Paço), no Bar Left (em Santos), ou no Edifício Heron Castilho (junto ao Marquês de Pombal). Tudo depende do itinerário escolhido. Mas o objectivo é sempre o mesmo - olhar de forma atenta para os 19 edifícios modernos desenhados ou intervencionados por mulheres portuguesas. Ao todo, são três os percursos: "Da Baixa às colinas"; "De Santos a Belém" e "Lisboa Moderna". Foram todos desenhados por Maria Helena Souto, professora do IADE e uma estudiosa da história da arte portuguesa no feminino.
No caso da Estação Fluvial Sul e Sueste, a homenageada é a arquitecta Ana Costa, a neta de Cottinelli Telmo, o arquitecto que desenhou o edifício construído entre 1929 e 1931, no estilo art decó. Foi ela que liderou o projecto de recuperação e ligação ao metro em 2003 e agora será também responsável pela segunda intervenção na obra do avô, que está prestes a começar. Mas há outros edifícios emblemáticos da cidade nos percursos propostos: o MUDE - Museu do Design e da Moda, o Teatro da Politécnica, a antiga Escola Machado de Castro, o Museu Nacional dos Coches, o Hotel Ritz ou o Anfiteatro da Fundação Gulbenkian, também estão nos mapas. No segundo itinerário é também destacado o painel de azulejos "O Mar", de Maria Keil, na Avenida Infante Santo. Mas "são principalmente obras de arquitectura porque acaba por ser o mais evidente", explica Maria Helena Souto, acrescentando logo de seguida que os edifícios podem ser visitados por dentro. Os guias dos itinerários, com informação detalhada sobre as obras e as mulheres ligadas aos respectivos projectos, estão em inglês e podem ser descarregados em www.momowo.eu, tanto na versão app como em pdf.
Uma linha do tempo
Paralelamente aos percursos por Lisboa, a MoMoWo apresenta, na Fundação Portuguesa das Comunicações, até ao final do mês, a exposição itinerante "100 obras em 100 anos - Mulheres Europeias na Arquitectura e no Design". Trata-se de uma mostra digital, que já esteve em Oviedo, onde se destacam os feitos das mulheres num século, ordenados numa linha temporal desde 1918 até à actualidade. Esta linha, denominada "Chronomomowo", dá particular relevo às mulheres "que contribuíram decisivamente para a afirmação destas profissões da arte, arquitectura, do design e da engenharia civil", diz Maria Helena Souto. Nesta mostra estão duas mesas interactivas onde os visitantes podem conhecer em pormenor as 100 obras de mulheres em 100 anos, e outra apresentação dedicada apenas às obras de mulheres portuguesas. Na lista constam nomes como a arquitecta Teresa Nunes da Ponte, a artista Maria Keil e a designer Maria Helena Matos.
Depois de Lisboa, a mostra segue para Grenoble, Amesterdão, Liubliana e termina em Turim. Na outra mesa interactiva, o visitante pode conhecer as 19 obras dos três itinerários propostos pela MoMoWo. Tudo através do toque no ecrã. Sem ter de andar a pé ou de carro.