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O que dizem os jovens na COP29? Seis vozes do mundo

Por força do seu ano de nascimento, são os que menos contribuíram para as alterações climáticas, mas vão herdar um “planeta em chamas”. Querem, cada vez mais, ser ouvidos e ter uma palavra a dizer sobre o seu futuro.
Bárbara Silva 23 de Novembro de 2024 às 11:00

O brasileiro Ervison Araújo Silva é um entre muitos. Um entre cerca de 500 ativistas dos quatro cantos do mundo que há uma semana se manifestaram de forma pacífica e silenciosa na 29.ª Conferência das Partes (COP29), o órgão supremo da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, contra a inação dos líderes mundiais, apesar de todos os avisos para a catástrofe climática global. Um entre as mais de 70 mil pessoas que apanharam um avião para marcar presença no megaevento organizado em Baku, capital do Azerbaijão, pago pelos biliões do petróleo e do gás natural que abundam no país e que são exportados para todo o mundo.

Antes da muito aguardada COP30, que será em Belém do Pará, no Brasil, em novembro de 2025 (dez anos depois da assinatura do Acordo de Paris), esta ficará para a História como uma "COP morna", a "COP das Finanças", com o tema do financiamento climático no centro da mesa e a exigência de fazer disparar – de 100 mil milhões por ano para a casa dos biliões – o dinheiro dado pelos países ricos às nações pobres para se defenderem e adaptarem aos eventos extremos causados pelo aquecimento global.

Ervison é um entre muitos, mas destaca-se na multidão. Pode ser até pela coroa de penas azuis – trazida da pequena cidade de Pariconha, no estado de Alagoas –, mas é o seu ar sereno e a postura confiante que mais chamam a atenção. Estreante numa COP (à boleia de uma bolsa para jovens latino-americanos a que se candidatou), fala em voz baixa e é parco em palavras, mas as que diz são certeiras. "Vim defender os direitos originários dos povos indígenas às suas terras", afirma o jovem de 26 anos, conhecido como Wrakitã Terê, líder indígena do sertão alagoano, aprendiz de pajé e representante do coletivo de jovens Tonã - Toá, que promove a cultura e a tradição do povo Geripankó. O seu povo, a sua terra, diz com orgulho.

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