Notícia
Miguel Loureiro: O teatro é uma casa para praticar a rebeldia
Miguel Loureiro escolheu o escritor alemão W.G. Sebald (1944-2001), um dos autores europeus mais importantes do final do século XX, para fazer um espectáculo que é quase um recital e nesse gesto, num tempo de grandes efeitos, distracções, entretenimentos, novidades, há já rebeldia. Em "Do Natural", um poema de certa forma documental, contam-se os percursos de três personagens que existiram em três épocas diferentes, e que se confrontam com a natureza, às vezes, a sua própria natureza. Descobre-se que tudo está ligado e que nunca poderemos fugir ao passado. Miguel Loureiro é um actor que decidiu começou a encenar para corrigir lacunas, para fazer textos periféricos, talvez impossíveis. Tem uma pequena estrutura chamada 3/Quartos e uma gaveta com projectos que dariam para vários anos. Desde cedo que lhe pareceu maravilhoso viver dentro do teatro, e, um dia, isso era incurável.
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1. Cheguei ao teatro a ver teatro. Vivia em Cascais e comecei a ir ao Teatro Experimental de Cascais (TEC). Na altura, foi importante para mim aquele teatro dos grandes gestos que fazia o Carlos Avilez. Depois, quando comecei a tomar coragem, comprava o bilhete de comboio e ia ver teatro a Lisboa. O meu teatro favorito era o Teatro da Graça, do Carlos Fernando, onde vi os Tennessee Williams todos. Depois comecei a ir ver o Teatro da
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