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Manila: Cidade de contrastes e pouco consensual

Está longe de ser cosmopolita como Banguecoque ou Kuala Lumpur, ou de ter o luxo de Singapura ou Xangai, mas é um local cheio de história, onde a riqueza e a pobreza andam (quase) de mão dada. Goste-se ou odeie-se, merece uma visita com tempo esta cidade que é mais do que apenas a capital das Filipinas.

03 de Setembro de 2017 às 10:00
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Não é uma cidade consensual, a capital das Filipinas. São muitos os viajantes que "passam" ao lado de uma visita a Manila, mas no meu entender, e uma vez estando no mais católico dos países asiáticos, a visita é obrigatória. Pelo menos, como ponto de passagem (para mim mais do que isso).

Manila não tem o charme de outras metrópoles asiáticas, como Banquecoque ou Kuala Lumpur, muito menos a ostentação de Singapura, Xangai ou Tóquio, mas tem uma alma própria, que só se revela a quem está disposto a conhecê-la. E muito disso passa por falar com os locais, partilhar dúvidas: são eles, os filipinos, que nos darão a melhor imagem da capital e, por consequência, do país.

Dificilmente voltarei a Manila, a menos que a isso seja obrigada por uma qualquer escala de avião. Mas, atenção, nada tem que ver com desinteresse, embora, admita, existam zonas da metrópole que são verdadeiros murros no estômago em termos de sobrevivência humana. Manila é uma cidade paradoxalmente pobre e rica, mas é também um recanto cheio de História e que vale a pena conhecer (foi o caso) e nela perder algum tempo, especialmente em Intramuros, uma zona antiga em claro contraste com Makati, um moderno distrito financeiro, e uma das cidades mais importantes da grande Manila, onde "habitam" seis cidades e doze municípios.

É numa visita a Intramuros que pode, ainda hoje, viver a atmosfera colonial, muito por culpa de um muro construído pelos espanhóis, no séc. XVI e que delimitou, então, a própria Manila. Embora muito destruída durante a II Guerra Mundial, esta zona ainda conserva particularidades da colonização espanhola. Caminhar é a melhor opção para a visitar, apesar de a área ser grande, embora tenha a possibilidade de optar por um guia que o leva aos locais mais emblemáticos num bicitáxi (uma bicicleta para duas pessoas).


Manila é uma cidade paradoxalmente pobre e rica, mas é também um recanto cheio de História e que vale a pena conhecer.


Destacamos dois locais a visitar apenas por uma questão de gosto próprio. Um é o Forte Santiago (construído em 1571), onde José Rizal, o herói nacional das Filipinas, esteve preso e acabou por falecer, e o outro é a Catedral de Manila, na sua 8.ª "edição". Expliquemo-nos, então. A primeira catedral da cidade foi erguida em 1581 com bambu e folhas de palmeira, mas a "construção", esta e as que se seguiram, não sobreviveram a tufões, incêndios e tremores de terra. A actual igreja data da década de 1950 e, em 1981, passou a ser designada por Basílica de Manila, por indicação do Papa João Paulo II.

Fortemente marcada pela religião católica, Manila tem outras atracções e uma é, indiscutivelmente, Chinatown, um bairro emblemático, onde reina a confusão - normal, a propósito. Foi o primeiro em todo o mundo fora da China e, só por isso, merece uma visita. Depois, prepare-se para tudo o que pode encontrar numa das muitas Chinatown que existem mundo fora: vendedores de artigos pessoais misturados com vendedores de comida, uma panóplia grande de cheiros e verdadeiras multidões, entre os que ali habitam e os que por ali passam.


Um passeio na história marginal de Manila faz parte dos livros e é aconselhável a quem quer desfrutar um pouco mais da cidade. O passeio é bonito e promete uma meta encantadora à sua espera na baía de Manila. Ao longo do percurso cruzar-se-á com vários pormenores da História do país e acabará já muito perto do "Mall of Asia", um dos orgulhos dos filipinos. O maior centro comercial do país e o quarto maior do mundo recebe verdadeiras peregrinações durante o dia - prepare-se para enfrentar filas grandes enquanto espera pelo táxi. Mais não seja por serem quatro (!) centro comerciais todos ligados por passagens aéreas e por ter um comboio de 20 lugares que leva os visitantes por entre os vários pontos do edifício. As compras são um "must" das Filipinas, infelizmente não sendo acessíveis a boa parte da população. Mas estão nos "roteiros" como, aliás, na generalidade dos países asiáticos. Uma experiência, para quem gosta. 


Como ir

Infelizmente, Manila não é alcançável directamente de Lisboa, pelo que terá de fazer pelo menos uma escala. Há várias companhias aéreas que o colocam nas Filipinas a um preço razoável, entre os 500 e os 600 euros, dependendo da antecedência com que compre o bilhete. Qualquer grande companhia como a Emirates, Turkish Airlines, Lufthansa, KLM ou British fazem a viagem apenas com uma paragem, que até pode ser encarada como uma escala maior para conhecer outra cidade.

Indicações úteis

Entre Junho e Outubro conte com a meteorologia mais instável, por ser a época dos tufões. Nos últimos anos, Manila tem sido muito fustigada por estas tempestades, sobretudo nos meses de Agosto e Setembro, pelo que serão alturas a evitar. A moeda local é o peso filipino, que não tem valor comercial fora do país. 1€: 61 PHP. O nível de vida é muito acessível tendo em conta os padrões portugueses.

Onde ficar

Em Manila tem hotéis para vários preços e categorias. Qualquer zona perto da marginal da cidade ou de Intramuros é boa, dependendo muito daquilo que procura nas horas de descanso. Em Makati, distrito de negócios e financeiro, estará mais perto dos padrões europeus, com muita oferta, mas lembre-se de que estará mais longe do centro de Manila. E uma deslocação de táxi ou num colorido "jeepney" - o transporte público das Filipinas - pode ser penosa, pelo trânsito congestionado que pára as principais artérias da cidade.


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