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Lisboa (des)aparecida

Lugares que “cheiram” a Lisboa. Comadres e taberneiros de cabelo grisalho que falam pausadamente e sem pressa de chegar a lado nenhum. Aqui não há cá “brunch”, “delicatessen” ou “souvenirs”. Há iscas com elas e sabem que nem ginjas.
Maria João Veloso e Miguel Baltazar - Fotografia 30 de Março de 2024 às 11:00

Uma loja sem idade e um balcão de madeira a condizer, uma senhora de cabelo prateado. Solícita, de conversa fácil. "Desculpe-me menina, mas não dou entrevistas. Só gostava que me comprassem a loja. Já tenho idade para descansar".  

 

Na Rua de Campolide, uma loja de tecidos estabelecida na primeira metade do século XX chegou a ter 11 empregados – hoje praticamente não vende. Nem botões nem cortes de tecido para fazer vestidos. Nascida e criada no bairro, Anabela protesta que antigamente a Rua General Taborda tinha de tudo um pouco, não era preciso sair do bairro. Hoje fala com tristeza de um mundo que a seu ver já não existe e que é exatamente aquele que nos propusemos desvendar.

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