Notícia
Farda, tiro e queda
Mata Hari nunca quis ser espia. Tudo nos separa, aliás. Era sensual e eu não sou, executava uma dança do ventre que deixava plateias em brasa, ia deixando cair véus até ficar quase nua, só com aquele sutiã de prata resguardando a única coisa que tinha parecida comigo, o peito liso.
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Caiu um grão de pimenta na minha vida. E dois de mostarda, já agora. Naquele tempo tinha dezanove anos e transitei, mais com um suspiro do que com um estrondo, de acólito a guarda vermelho, ou seja, do catolicismo progressista para o maoismo.
Mas há coisas de que mesmo o meu volúvel espírito revolucionário nunca abdicaria. Era maoista e continuava a sonhar que um dia seria espião. E agora, para alegria dos meus amigos comunistas