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E se a Expo’98 fosse hoje?

Nestes 25 anos, desde que foi inaugurada a Expo’98, ganhou força a retórica do pós-colonialismo. Há historiadores, antropólogos e sociólogos em todo o mundo a reclamar uma mudança no conceito de “descoberta” e muitos países, que foram antigas colónias, exigem a devolução de bens culturais que estão expostos em museus ocidentais. Sendo um tema que mexe com tantas sensibilidades, se Portugal organizasse hoje outra grande exposição, poderia celebrar os Descobrimentos da mesma forma?
Filipa Lino e Miguel Baltazar - Fotografia 20 de Maio de 2023 às 12:00

Faltavam dois anos para a passagem do milénio. Portugal convidava o mundo a vir a Lisboa, mostrando-se como um país moderno e virado para o futuro na Exposição Mundial de 1998.

À entrada, os visitantes eram recebidos de braços abertos pelo Gil, a mascote do evento, cujo nome foi inspirado no navegador português Gil Eanes, que dobrou o Cabo Bojador em 1434.

O mote da exposição era celebrar os 500 anos dos Descobrimentos portugueses e a sua importância para o mundo. Este era o grande projeto nacional em décadas, que deu origem a uma mudança profunda na zona oriental da capital e criou uma série de infraestruturas, como a Ponte Vasco da Gama, que mudaram Lisboa.

O fio condutor deste grande evento eram os Oceanos. Os mesmos que os navegadores portugueses tinham percorrido, 500 anos antes, revelando novos mundos e povos. Com o tema "Os Oceanos: um património para o futuro", os visitantes eram convidados a contribuir para a preservação dos recursos marinhos.

O Pavilhão de Portugal, uma obra do arquiteto Siza Vieira que ficou famoso pela sua enorme pala - considerada na altura uma ousadia da engenharia -, era o centro da retórica que o país queria transmitir.

A mensagem passava por contar "a história da nossa presença nos Oceanos, mas também pretendia falar de futuro", afirma Simonetta Luz Afonso, Comissária do Pavilhão de Portugal. A ideia era mostrar que existia um pano de fundo azul na história de Portugal - o mar.

Um dos principais consultores do Pavilhão de Portugal foi o oceanógrafo Mário Ruivo. De facto, diz a historiadora, foi a partir da Expo’98 que "o tema dos Oceanos começou a ser tratado internacionalmente".

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