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De que falamos quando falamos da guerra

Os rapazes que foram à guerra envelheceram. Começaram a olhar para trás, a fazer balanços, a querer deixar o seu testemunho. Depois de décadas de silêncio, em que foi assunto tabu, a Guerra Colonial saltou para fora do baú. Nas livrarias e na internet não faltam memórias de ex-combatentes. Já não querem ser vistos como os que "fizeram" a "guerra dos colonialistas", mas como aqueles a quem lhes calhou aquele pedaço de História. Foram 13 anos de guerra em África e muitos mais nas casas de famílias portuguesas. A Guerra Colonial não ficou resolvida em 1974 nem em 1975, quando as últimas ex-colónias portuguesas se tornaram independentes. Mas de que falamos quando falamos da Guerra Colonial? E de que maneira estas memórias continuam a afectar os portugueses, não só os que viveram a experiência de guerra, mas aqueles que as ouvem contar? Ouvimos especialistas que lidam todos os dias com as lutas contínuas de quem esteve na guerra. E ouvimos histórias de pessoas que foram à guerra e cujas memórias de perda, sobrevivência, recomeço, fazem parte de quem são.

14 de Agosto de 2015 às 14:31
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Depois de ter ficado ferido ao pisar uma mina e de ter sido retirado de Moçambique, Francisco Janeiro lembra-se de estar no hospital, ver entrar uma mãe de um soldado e ver nos olhos dela o reflexo da guerra. Numa enfermaria militar, fora da fronteira da vida civil, uma mãe via o horror da guerra. Uma namorada chegava junto do seu jovem homem numa cama de hospital e, com os olhos, procurava-lhe as pernas.

Era o início dos anos 70. Parecia haver uma impossibilidade ...
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