Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque

Carlos Monjardino: “Acha que se está a fazer política em Portugal? Neste momento, não se está a fazer nada”

Carlos Monjardino nasceu em Lisboa em 1942 e é presidente da Fundação Oriente desde 1988. Em meados da década de 80 do século XX, foi para Macau, a convite de Mário Soares, onde desempenhou funções de secretário-adjunto para a Economia, Finanças e Turismo, e de governador substituto do Governo de Macau. Na adolescência, foi para Inglaterra com o objetivo de tirar o curso de arquiteto naval mas acabou a estudar na London School of Foreign Trade. Está a preparar as suas memórias e quer que os netos se lembrem dele como “um homem bom”. Se o Chega for governo garante que emigra e irá viver para França.
Celso Filipe e Sérgio Lemos - Fotografia 24 de Maio de 2024 às 11:00

Passam agora 25 anos da transferência da soberania de Macau de Portugal para China. Decorrido este período, como classifica as relações entre os dois países?

As relações não se alteraram muito. Mas, se me fizesse a pergunta de outra maneira, e me questionasse sobre as diferenças que encontro agora em Macau face ao passado, aí eu responderia talvez de forma mais completa.

 

Já lá vamos. Mas, no plano institucional, como as avalia?

São boas a todos os níveis. A nível económico, certamente que são boas.

 

E existem diferenças substanciais entre a maneira de estar da China e de Portugal?

Às vezes é difícil compatibilizar essas duas maneiras de estar. Não há muito tempo, recebi aqui [na Fundação Oriente] uma delegação do Partido Comunista Chinês, que queria falar sobre a maneira como Portugal olhava para a China. Senti-me um pouco embaraçado, porque a Fundação está sempre numa situação um bocadinho difícil em termos de se exprimir livremente em relação a tudo o que se passa na China. Mas, pronto, fiz um esforço e avancei com uma conversa que durou quase duas horas com os membros do Partido Comunista Chinês, que eu nunca percebi. Eles entraram e saíram e nunca percebi porque vieram cá. Vieram e perguntaram-me uma série de coisas, coisas muito precisas sobre a Huawei e o facto de ter sido afastada da lista de fornecedores de 5G, e eu aí tive de lhes explicar que Portugal quer estar independente e que as pessoas dificilmente aceitam ser controladas. Achei interessante a conversa com eles e espero que eles tenham achado interessante a conversa comigo.

Ver comentários
Saber mais Carlos Monjardino Macau Fundação Oriente Portugal Chega Mário Soares China Huawei Hong Kong Xi Jinping Europa Stanley Ho
Outras Notícias
Mais notícias Negócios Premium
+ Negócios Premium
Capa do Jornal
Publicidade
C•Studio