Qual a razão para ter dado o nome dos seus álbuns "Outro Sentido", "Guia" e "Quinto" aos três vinhos que lançou?
Na verdade, a escolha dos nomes foi uma sugestão do meu amigo e sócio João Pedro Baião. Foi uma opção mais ou menos cronológica. No futuro, os vinhos que saírem terão o nome dos discos que se seguirem e serão necessariamente diferentes, tal como os álbuns.
Participou na escolha das castas e na vinificação nesta colheita de 2020?
Essa parte esteve mais à responsabilidade do meu amigo e também sócio, o enólogo Luís Leão. Obviamente, com a nossa aprovação.
Nos vinhos usam duas castas estrangeiras - Petit Verdot e Syrah. Onde fica a marca Vidigueira, de onde são os vinhos?
A identidade está essencialmente no terroir, nas uvas escolhidas e na forma como os vinhos foram feitos. Os vinhos foram pensados por mim, pelo João Pedro Baião e pelo Luís Leão, sentados a uma mesa num ambiente de tertúlia. É como uma relação de amor, não só à região. O objetivo é irmos aprofundando cada vez mais o conhecimento e fazermos um trabalho em conjunto para podermos aproximar o vinho da identidade da região. Há esta ligação do vinho e da música.
Tem exemplos dessa ligação?
Ainda agora estive no Dão e todos os jantares em que participei foram feitos em adegas com provas de vinhos. Tenho feito muitos concertos, desde o Douro ao Alentejo, que me têm feito despertar muito interesse por esta arte.
A caixa dos três vinhos custa 400 euros. Como chegaram a este valor?
Chegámos pelo valor do vinho, pela exclusividade e pelo número de garrafas disponíveis no mercado. São apenas mil caixas distribuídas pela Super Grapes, do Cláudio Martins. Entretanto, vão sair 600 garrafas magnum com dois vinhos diferentes, com o nome do primeiro e do segundo álbum. Um, possivelmente, ainda este ano e o outro no final do próximo ano.
Tem alguma expectativa de retorno financeiro?
Obviamente que sim, mas o objetivo principal não é esse. Quando entrei para a música percebi que esta iria ter um papel importante na minha vida. No entanto, não criei a expectativa de que vou ser um artista multimilionário. Mas, se as coisas correrem bem, tanto melhor. O objetivo é fazermos o melhor possível, ao gosto dos três sócios, que nos deixe contentes a nós e ao maior número de pessoas possível.