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Angélica Freitas: A poesia serve para provocar uma dúvida

Começa assim: "porque uma mulher boa / é uma mulher limpa / e se ela é uma mulher limpa / ela é uma mulher boa" e é um poema que faz parte do livro "Um útero é do tamanho de um punho", da poetisa gaúcha Angélica Freitas, eleito o melhor livro de poesia de 2012 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte e finalista do prémio Portugal Telecom. A escritora brasileira, nascida em Pelotas, no Estado do Rio Grande do Sul, esteve em Lisboa durante a Festa da Literatura e do Pensamento da América Latina, que aconteceu nos jardins da Gulbenkian, no final de Junho. Ela faz poesia com muito humor e alguma acidez. Provoca. E ainda bem: "porque uma mulher braba / não é uma mulher boa / e uma mulher boa /é uma mulher limpa...".

Miguel Baltazar
18 de Julho de 2014 às 12:03
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A poesia começou muito cedo na minha vida, eu tinha uns nove anos e ganhei uma enciclopédia para crianças. O primeiro volume era só de poesia, e eu lembro-me de pegar aquele livro e de ler todos os poemas. E gostei tanto que comecei a escrever os meus em seguida. Fascinou-me o ritmo. As rimas. Os sons. Eu sou muito ligada à musicalidade da poesia. E, como eram poemas para crianças, tinham muito humor. E acho que esse humor continua comigo.

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