Notícia
Onda de calor "aquece" matérias-primas e energia
As elevadas temperaturas que se têm verificado um pouco por todo o mundo fazem-se notar nos mercados das matérias-primas e da energia. Estão a falhar as produções de trigo e algodão, bem como as de energia nuclear, renovável e fóssil.
25 de Julho de 2018 às 20:30
A onda de calor que tem assolado regiões da América do Norte, Europa e Ásia, que chegou a provocar seca em algumas áreas, tem causado aumentos no preço de algumas matérias-primas, como o algodão e o trigo, além de fazer "curto-circuito" com a produção de electricidade.
A seca nos campos do Estado norte-americano do Texas e na Rússia tem ditado, respectivamente, as quebras de produção no algodão e no trigo. Paralelamente, as águas dos rios franceses não conseguem arrefecer os reactores nucleares e abalam a produção francesa de energia.
Na sequência da onda de calor, a produção de trigo na Rússia, o maior exportador mundial deste cereal, deverá cair em 2018 pela primeira vez em seis anos.
As cotações do contrato de trigo para entrega em Dezembro subiram esta quarta-feira 5,73% para 5,39 dólares por alqueire, um pico de quase dois meses, e já ascenderam 10% no último mês, tocando em máximos inéditos desde que este contrato começou a ser negociado, em 2015.
O Egipto, que subsidia o pão para sustentar a alimentação de uma população que chega aos 100 milhões, está a pagar a maior factura em mais de três anos nas suas importações.
No mercado da energia, a francesa Electricité de France poderá ser obrigada a cortar a produção em duas estações, dado que a temperatura elevada dos rios não permite arrefecer convenientemente os reactores. Cerca de 70% da energia francesa é proveniente deste tipo de centrais, sendo que Paris exporta electricidade para os países vizinhos. Desta forma, quebras na produção podem ter consequências nos preços ao nível do continente. Já a Alemanha e o Reino Unido também foram obrigados a restringir as operações em algumas centrais movidas a carvão e gás natural, travadas pela mesma onda de calor.
Entre as renováveis, só a energia solar vive um bom momento. Contudo, esta fonte não é suficiente para compensar as perdas nas eólicas: só na Alemanha, a produção caiu para um terço da média anual nos últimos dez dias. Espanha, Itália, Reino Unido, Dinamarca e Suécia vivem a mesma tendência.
Enquanto a energia é abalada na Europa, do outro lado do Atlântico os texanos requerem cada vez mais energia para enfrentar a vaga de calor: as temperaturas atingiram máximos de 93 anos na semana passada.
Para os agricultores, os danos ultrapassam o desconforto físico: a produção de algodão está severamente danificada. Praticamente metade da produção está em má ou muito má condição, dizem os dados do Governo.
APara além das oscilações ao nível dos recursos, a Bloomberg relembra outros custos que advêm das mudanças de temperatura. Recentemente, assistiram-se a inundações no Japão e Laos, enquanto Atenas viu arder vários quilómetros, em incêndios que já tiraram a vida cerca de 80 pessoas.
A seca nos campos do Estado norte-americano do Texas e na Rússia tem ditado, respectivamente, as quebras de produção no algodão e no trigo. Paralelamente, as águas dos rios franceses não conseguem arrefecer os reactores nucleares e abalam a produção francesa de energia.
As cotações do contrato de trigo para entrega em Dezembro subiram esta quarta-feira 5,73% para 5,39 dólares por alqueire, um pico de quase dois meses, e já ascenderam 10% no último mês, tocando em máximos inéditos desde que este contrato começou a ser negociado, em 2015.
O Egipto, que subsidia o pão para sustentar a alimentação de uma população que chega aos 100 milhões, está a pagar a maior factura em mais de três anos nas suas importações.
No mercado da energia, a francesa Electricité de France poderá ser obrigada a cortar a produção em duas estações, dado que a temperatura elevada dos rios não permite arrefecer convenientemente os reactores. Cerca de 70% da energia francesa é proveniente deste tipo de centrais, sendo que Paris exporta electricidade para os países vizinhos. Desta forma, quebras na produção podem ter consequências nos preços ao nível do continente. Já a Alemanha e o Reino Unido também foram obrigados a restringir as operações em algumas centrais movidas a carvão e gás natural, travadas pela mesma onda de calor.
Entre as renováveis, só a energia solar vive um bom momento. Contudo, esta fonte não é suficiente para compensar as perdas nas eólicas: só na Alemanha, a produção caiu para um terço da média anual nos últimos dez dias. Espanha, Itália, Reino Unido, Dinamarca e Suécia vivem a mesma tendência.
Enquanto a energia é abalada na Europa, do outro lado do Atlântico os texanos requerem cada vez mais energia para enfrentar a vaga de calor: as temperaturas atingiram máximos de 93 anos na semana passada.
Para os agricultores, os danos ultrapassam o desconforto físico: a produção de algodão está severamente danificada. Praticamente metade da produção está em má ou muito má condição, dizem os dados do Governo.
APara além das oscilações ao nível dos recursos, a Bloomberg relembra outros custos que advêm das mudanças de temperatura. Recentemente, assistiram-se a inundações no Japão e Laos, enquanto Atenas viu arder vários quilómetros, em incêndios que já tiraram a vida cerca de 80 pessoas.