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Maior gestora de fundos do mundo aponta mira a fabricantes de armas

Empresas dos EUA começam a distanciar-se do lobby das armas.

Bloomberg
Mariana Adam marianaadam@negocios.pt 09 de Março de 2018 às 12:15

A maior gestora de fundos do mundo apontou a mira aos fabricantes de armas dos Estados Unidos. A BlackRock é accionista de três das maiores fabricantes de armas, cotadas em bolsa, e anunciou que vai forçar estas empresas a assumirem uma maior responsabilidade pelos produtos que produzem e vendem.

Em comunicado, a gestora de fundos acusada por parte da opinião pública de ser cúmplice deste lobby, assegura que vai impor às empresas - Sturm Ruger Co., American Outdoor Brands Corp. e Vista Outdoor Inc. - "uma contribuição positiva para a sociedade". "Como aconteceu a muita gente, a recente tragédia na Florida fez-nos ver bem o terrível preço a pagar pelo uso de armas de fogo", admitiu no seu site a empresa, numa primeira reacção ao último massacre numa escola dos Estados Unidos.

A BlackRock refere da semana passada, em jeito de ameaça, que um dos "aspectos fundamentais da gestão de investimentos é votar nas propostas dos accionistas e na eleição de directores de uma empresa". Leia-se, se as empresas não promovem as mudanças a gestora de fundos, como accionista, pode demitir os directores. Uma estratégia que a própria BlackRock usou recentemente obrigando o board da Exxon Mobil a prestar mais informações sobre as suas iniciativas no sentido de combater as mudanças climáticas.

Os analistas defendem que esta pressão não vai resolver a violência com armas de fogo nos EUA, mas é um sinal de como os accionistas podem pressionar para as mudanças reais na sociedade e salvaguardar os seus investimentos.

Este anúncio, surge em reacção ao massacre do passado dia 14 de Fevereiro - num colégio na Flórida, cometido por um rapaz de 19 anos, que matou 17 pessoas, na sua maioria estudantes. A onda de consternação posterior a este acontecimento mobilizou consumidores e empresas como nenhuma outra tragédia anterior. O autor do massacre utilizou uma arma semi-automática AR-15, a mais popular nos EUA, que tinha sido comprada legalmente.


A BlackRock não foi a primeira empresa a assumir uma posição pública sobre este problema. Várias empresas norte-americanas estão a reanalisar as suas relações com a indústria das armas e o seu lobby a National Rifle Association. Os membros da NRA têm acesso a ofertas especiais em várias empresas e algumas simplesmnete anunciaram o fim desse tratamento especial. A seguradora MetLife Inc. descontinuou o seu programa de descontos aos membros da NRA, tal como a empresa de ‘software’ Symantec Corp., que produz o antivírus Norton. A empresa de automóveis de aluguer Enterprise Holdings e do First National Bank of Omaha cortaram as suas ligação a este lobby.

Já a Walmart, onde são vendidas armas, anunciou que vai deixar de vender armas semiautomáticas a menores de 21 anos. Outros dois outros grandes retalhistas, a Dick's Sporting Goods e a Kroger, fizeram o mesmo.

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