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Em tempo de sanções, russos compram Apple e Amazon

Os políticos russos podem estar a alertar que as sanções dos EUA são um tiro que vai sair pela culatra e prejudicar o dólar, mas para a classe média, o apelo ao investimento no exterior só está a aumentar.

16 de Agosto de 2018 às 20:00
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A TCS Group Holding tornou-se a quinta maior corretora da Rússia por clientes activos no espaço de apenas alguns meses, oferecendo principalmente acções estrangeiras. Os seus investimentos mais populares incluem Apple, Amazon, Alphabet e Facebook, de acordo com Alexander Emeshev, vice-presidente do Tinkoff Bank, que abriu esta unidade de negociação em Maio.

A Finam Investment, a maior casa de investimento por número de clientes activos, tem cerca de 15% dos seus recursos em acções no exterior, o que compara com 5% há um ano.

"Nos mercados ocidentais em geral, há mais empresas de rápido crescimento e liquidez do que na Rússia", disse Emeshev numa entrevista. "Além disso, o mercado dos EUA cresceu".

Cerca de metade dos 13 mil milhões de rublos (cerca de 171 milhões de euros) investidos pelos clientes da TCS é em empresas estrangeiras, acrescentou Emeshev. A casa de investimento já tem mais de 16.000 clientes activos e cerca de 80% das acções que oferece são de empresas além-fronteiras.

A procura por acções estrangeiras vai contra a linha do governo russo, que já esta semana alertou que o abuso de sanções por parte dos EUA acabará por prejudicar a credibilidade do dólar.

No entanto, com os juros dos depósitos em queda, o mercado abalado pela guerra comercial e o rublo em mínimos de mais de dois anos, são cada vez mais os argumentos para os russos investirem fora do país.

O índice RTS da Rússia, que inclui acções do país, mas que tem as cotações em dólares, perdeu 7,6% este ano, o que compara com a subida de 5,4% do S&P 500, nos Estados Unidos.

A mais recente ronda de sanções dos Estados Unidos sobre a Rússia foi anunciada no passado dia 9 de Agosto, devido ao alegado envolvimento do Kremlin no envenenamento do espião Skirpal e da sua filha Yulia no Reino Unido.

Estas sanções – que vão limitar as exportações para a Rússia de produtos e tecnologia americana – levaram o rublo para o valor mais baixo desde Março de 2016 face ao dólar.

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