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Commodity com melhor desempenho ainda pode duplicar num ano

O custo das licenças de emissão de dióxido de carbono na Europa vai praticamente duplicar no próximo ano, o que aumentará a procura por gás natural.

Bloomberg
01 de Setembro de 2018 às 20:00
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Segundo a Carbon Tracker, os esforços da União Europeia para diminuir o excedente no Sistema de Negociação de Emissões pode elevar o preço médio das licenças para emissão de carbono para 35 a 40 euros por tonelada entre 2019 e 2023. Os preços podem atingir os 50 euros durante os meses de inverno de 2021 e 2022.

 

A subida dos custos de emissão torna mais eficaz o uso de gás natural na geração de energia, um combustível mais limpo que implica apenas metade das licenças necessárias para queimar carvão. O aumento esperado da procura deverá elevar o preço do gás – que negoceia actualmente no nível mais alto para esta época do ano em pelo menos 20 anos – levando-o a atingir novos picos sazonais.

 

O carbono mais do que quadruplicou desde Maio de 2017 para o nível mais alto dos últimos dez anos, impulsionado pelos regulamentos que entrarão em vigor na União Europeia no próximo ano, diminuindo um excedente que deprimia os preços. No entanto, a perspectiva de escassez de licenças no bloco regional está a fazer subir os preços de energia em toda a Europa, o que, por sua vez, pode incentivar pressões políticas para limitar as emissões de carbono.

 

"Por mais que a perspectiva para os preços das Licenças de Emissão Europeias nos pareça optimista, é importante lembrar que o Sistema de Negociação de Emissões da UE é, em última instância, uma construção política", afirmou Mark Lewis, director de research da Carbon Tracker.

 

"Se os preços superarem os 50 euros por tonelada durante mais de dois meses em qualquer momento dentro dos próximos dois a três anos, isso provavelmente causaria pressão por medidas compensatórias, especialmente no Leste Europeu".

 

A estimativa de preços da Carbon Tracker foi revista em alta, sendo que anteriormente apontava para um intervalo entre 20 a 30 euros (em Abril). O contrato futuro de referência para emissões de carbono mais que duplicou este ano, superando os ganhos de 9% do petróleo e de 2,5% do índice de commodities S&P GSCI.

 

Lewis estima que a reserva de estabilidade do mercado causará um défice de cerca de 1,4 mil milhões de toneladas nos sectores da energia e aviação nos próximos cinco anos. Quando o mercado começou a funcionar, em 2005, as licenças eram distribuídas gratuitamente. Desde 2013, as companhias de electricidade passaram a ter de comprá-las.

 

"O mercado está agora numa contagem regressiva para o maior aperto da oferta já visto no Sistema de Negociação de Emissões da UE", antecipa o especialista.

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