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CEO da BlackRock diz aos empresários que há mais vida além dos lucros

Larry Fink, CEO da BlackRock e um dos mais influentes investidores do mundo, enviou esta semana uma carta aos líderes das principais empresas.

Bloomberg
19 de Janeiro de 2018 às 12:38
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Muitos dos CEO das maiores empresas do mundo receberam esta semana uma carta de Larry Fink. O presidente executivo da BlackRock pediu aos líderes, nesta carta, que mudem o foco e deixem de se preocupar, exclusivamente, com a maximização dos lucros e que invistam em projectos sociais.

Já é uma tradição: Larry Fink (um dos mais influentes investidores do mundo) envia uma carta - normalmente nesta altura do ano - aos maiores CEO do mundo onde partilha a sua resolução de ano novo. Este ano o responsável da Black Rock decidiu desafiar as empresas a passarem a aplicar parte dos seus ganhos em projectos sociais. E avisa que quem não começar a questionar-se sobre o impacto social das suas empresas arrisca-se a ficar para trás e decepcionar os maiores gestores de activos mundiais.

"A sociedade exige que as empresas, públicas e privadas, tenham uma missão social", escreveu Larry Fink, acrescentando que "para prosperar ao longo do tempo, as empresas não devem apenas obter um bom desempenho financeiro. Devem, isso sim, fazer com que esses bons resultados contribuam positivamente para a sociedade", acrescenta.

A simples gestão dos lucros a curto prazo não é uma estratégia aceitável, insiste. "Percebemos que os governos são incapazes de enfrentar certos desafios no futuro, como as reformas", defende Larry Fink, sublinhando que "as empresas devem beneficiar todas as partes interessadas, que incluem accionistas e funcionários".


Larry Fink escreve ainda que as empresas falam muitas vezes em contribuir para a sociedade ("muitas vezes sem fôlego", sublinha), mas o que na prática se verifica posteriormente é que o discurso é um truque de marketing para fazer aumentar os lucros e causar boa imagem junto dos reguladores. O CEO salienta, por isso, que a aposta na vertente social tem que ser feita de forma desinteressada e com vista ao progresso social.

A BlackRock anunciou a 15 de Janeiro um aumento de lucros na ordem dos 16% em 2017, atingindo cerca de 3,72 mil milhões de dólares (cerca de 3 mil milhões de euros). Os resultados da gestora de fundos internacionais norte-americana ficaram acima das estimativas do mercado. O Conselho de Administração aprovou uma subida de 15% no dividendo a distribuir em 2018 para 2,88 dólares (2,38 euros) por acção.

 

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