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As obrigações empresariais estão sobreavaliadas?

O número de investidores do Reino Unido que responde afirmativamente a esta questão é cada vez maior e atingiu um máximo de cinco anos.

José Manuel Ribeiro/Reuters
27 de Março de 2017 às 18:35
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As obrigações empresariais estão sobreavaliadas? O número de investidores do Reino Unido que responde afirmativamente a esta questão é cada vez maior e atingiu um máximo de cinco anos.

 

Os números revelam um nervosismo crescente entre os gestores de fundos em relação aos impactos do crescimento das taxas de juros no mercado da dívida. De acordo com uma poll realizada pela CFA Society – associação mundial de investidores profissionais - 82% dos inquiridos afirma que as obrigações das empresas (corporate bonds) estão de facto sobreavaliadas, um número que cresceu 4% em relação aos últimos quatro meses.

 

"As obrigações empresariais têm sido um dos principais beneficiários das políticas do banco central, destinadas a acabar com a volatilidade do mercado e a incentivar os investidores a investir", afirma Andrew Wilson, director da Europa para a Goldman Sachs Asset Management, em declarações ao Financial Times. "A compensação por risco de crédito corporativo é agora muito baixa tendo em conta os padrões históricos. A política do banco central está a começar a ter efeitos na direcção oposta, como tal acreditamos que vai haver maior volatilidade no futuro. Acreditamos que as obrigações das empresas estão amplamente sobrevalorizadas e que existe o risco de uma correcção nesse mercado", acrescenta.

 

No início deste mês, a FED aumentou as taxas de juros de curto prazo para 1%, e são esperados outros dois aumentos até ao final de 2017. Deste lado do Atlântico, também é expectável que o BCE aumente a taxa de juro pela primeira vez desde 2011, no próximo ano.

 
Apesar dos dados económicos serem aparentemente positivos, o facto de genericamente as taxas de rentabilidade das obrigações estarem tão baixas significa que os investidores estão preocupados com a evolução das taxas de juro, escreveu o Financial Times este fim-de-semana, num artigo que tem como base esta poll da CFA, que ouviu 219 investidores e consultores.

Will Goodhart, presidente-executivo da CFA, no Reino Unido diz que "as taxas de rendibilidade das obrigações são praticamente as mesmas desde o final do ano passado". "Os entrevistados acham que o crescimento e a inflação são um pouco surpreendentes e estão a antecipar-se aos bancos centrais", explica.

De acordo com a mesma fonte, mais de três quartos dos inquiridos acreditam também que as obrigações governamentais estão igualmente sobreavaliadas, um nível que se encontra estável há três meses.

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