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Acabaram as férias e as bolsas continuam a desafiar as previsões de Wall Street

As férias terminaram e Wall Street está de regresso ao trabalho. O crash que muitos temiam enquanto aproveitavam a praia em Agosto não se concretizou, mas há algumas coisas que precisa de saber.

03 de Setembro de 2018 às 21:00
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Primeiro, as boas notícias. Apesar dos alertas em Julho — por instituições como o Goldman Sachs e a Voya Asset Management — sobre o risco de turbulência e queda da liquidez no final do verão no Hemisfério Norte, a paz reinou nos mercados accionistas dos EUA. Aliás, o S&P 500 não oscilou mais de 0,8% em nenhuma sessão. Tendo em conta determinados critérios, foi o mês de Agosto mais tranquilo desde 1967.

 

O mercado accionista norte-americano registou subidas em oito das últimas nove semanas e fechou em níveis recorde na quarta-feira. O S&P 500 acumula um ganho de 8,5% no ano, devido à alta dos lucros das empresas e à expansão do PIB de mais de 4% no segundo trimestre.


"Uma das lições que aprendemos repetidas vezes é ignorar o ruído e focar no factor fundamental do mercado accionista", disse Rich Weiss, director de investimentos da American Century Investments. "E o principal factor foi, é e continuará a ser a força da nossa economia."

 


Depois do feriado de hoje, 3 de Setembro, Wall Street regressa esta terça-feira à negociação. Para a festa continuar em Setembro, será preciso superar as armadilhas do calendário. Há uma grande preocupação com os mercados emergentes, onde moedas e outros activos desvalorizaram e muitos esperam que o contágio se intensifique. O grande risco é o comércio internacional. O presidente norte-americano, Donald Trump, pretende seguir adiante com o plano de impor tarifas sobre 200 mil milhões de dólares de produtos chineses já nos próximos dias.

 

As atenções voltarão para o sector de tecnologia, que regista o melhor desempenho neste ano. Executivos do Twitter, Facebook e Alphabet (dona do Google) darão depoimentos ao Congresso a partir de quarta-feira, devido a acusações de natureza anti-concorrência pelo presidente Trump. Na sexta-feira, saem os números de geração mensal de empregos nos EUA. Mais adiante, a Reserva Federal deve elevar a taxa de juro pela oitava vez desde 2015.

 

Tudo motivos para os investidores ficarem em estado de alerta. O especialista Keith Parker, do UBS Group, prevê queda das bolsas em Setembro. Christian Mueller-Glissman, do Goldman Sachs, recomendou uma estratégia baseada em opções de curto prazo do S&P 500 como protecção contra risco de correcção. "Vemos alguns catalisadores para um aumento da volatilidade", escreveu Mueller-Glissman num research. "Comparado com o regime de baixa volatilidade do ano passado, o contexto macro-económico é menos favorável, com impulso negativo no crescimento global, aperto de política monetária e mais incerteza em relação à política económica."

 

Mas porque é que as bolsas desafiam os alertas de Wall Street? Talvez porque os investidores tenham reduzido o risco antes do mês que foi o pior no mercado accionista nas últimas duas décadas. Os gestores de activos estavam preparados para más notícias. Os "hedge funds", por exemplo, diminuíram a exposição a acções ao menor nível do ano.

 

Outra teoria é que o tombo nos mercados emergentes e a batalha de Trump para redefinir o comércio internacional sejam motivos para investir nos EUA — e não obstáculos ao avanço do mercado local. Afinal, o lucro das cotadas do S&P 500 cresceu nada menos que 24% em dois trimestres consecutivos e as empresas aceleraram a recompra de acções.

 

Há mais motivos para optimismo. Desde 2009, o S&P 500 subiu a partir de Setembro em todos os anos. O ganho médio anual foi de 7,2% — variando entre 1,4% em 2012 e 13,9% em 2010.

 

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