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A ditadura da velocidade

Algumas das maiores empresas de trading estão a procurar parcerias para economizar na tecnologia de topo.

03 de Abril de 2017 às 14:33
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Velocidade, velocidade, velocidade. As empresas de trading que até há pouco tempo faziam fortunas por serem as primeiras a apostar em determinados activos estão a lutar para continuar no topo, num mercado onde as transacções já ocorrem, por regra, em milionésimos de segundos. E o investimento em tecnologia de topo, em constante mutação, é muito elevado.

De acordo com o Financial Times, perante a pressão dos custos algumas das maiores empresas de trading estão a procurar maneiras de economizar. Grupos de topo como DRW, IMC, Jump Trading e XR Trading uniram-se para construir um sistema rápido, composto por cabo e router wireless para ligar Chicago a Tóquio, revelou uma fonte envolvida no negócio ao jornal britânico. "As empresas querem competir do ponto de vista estratégico, não querem desenvolver armas para uma guerra que aumentem os custos da tecnologia", afirma Matt Haraburda, presidente do XR trading, em Chicago. 


Os proprietários de empresas de trading que investem na alta velocidade apostam parte do seu próprio capital nesta estratégia e na maioria das vezes servem de facilitadores de compra e venda de acções, moedas e outros activos para os investidores. Elas foram pioneiras na utilização desta negociação de alta frequência, uma técnica automatizada de ordem de negociação ultra rápidas que actualmente representam mais de metade dos volumes de acções dos EUA e cerca de 45% das negociações de futuros, de acordo com estimativas do Grupo Tabb, citadas pelo Financial Times. 


A maioria das empresas ainda prossegue a velocidade, mas as maiores em vez de correrem atrás procuram vantagem competitiva na implementação de estratégias de "ligeiro" longo prazo que tentam prever o mercado ao longo das horas e não apenas no próximo instante.


Vikas Shah, broker da Rosenblatt Securities em Nova Iorque, diz que para a maioria das empresas, excepto as maiores, "a indústria continua a por o enfâse na velocidade como sua principal vantagem competitiva".

O presidente da Quantlab Financial, grupo de trading com sede em Houston, defende que embora a velocidade seja "determinante", as oportunidades residem na previsão de mercados através de modelos quantitativos. "Só ter a velocidade sem a previsão não é tão valioso", acrescenta Cameron Smith. 

O Nasdaq e a bolsa de Chicago têm experimentado técnicas para desacelerar a negociação para atrair certos tipos de clientes.  Embora a velocidade ainda importe, mais empresas estão a optar por partilhar infra-estrutura em vez de arriscar em fazer brutais investimentos em equipamentos que em breve poderiam se tornar obsoletos. O Financial Times fez as contas e revela que a utilização do cabo transatlântico mais rápido custa quase 4 milhões de euros por ano.

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