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Problemas associados à guerra (87%), à pobreza extrema (85%) e às alterações climáticas (82%) dominam as preocupações dos portugueses, segundo o novo inquérito ‘Healthy & Sustainable Living 2022’, realizado em 31 países pela consultora portuguesa de sustentabilidade Greenlab e a multinacional GlobeScan.
Comparativamente com 2021, a percentagem daqueles que consideram que as alterações climáticas são uma questão "muito preocupante" aumentou, mantendo-se também elevada a preocupação com a perda da biodiversidade (75%). A pobreza extrema surge como uma nova preocupação face aos resultados do inquérito de 2021. A importância dada à pandemia por COVID-19 decaiu significativamente em Portugal, sendo considerada uma questão de menor importância.
A crise associada ao aumento exponencial do custo de vida está a afetar a adoção de estilos de vida mais saudáveis e sustentáveis, por parte dos consumidores, sendo um dos principais desafios mencionado, com a maioria dos portugueses a afirmar que os produtos "amigos do ambiente" aumentaram de preço nos últimos 12 meses.
Entre as várias conclusões que resultaram deste inquérito, geracionalmente abrangente (Geração Z, Millennials, Geração X e Baby Boomers), 73% dos portugueses dizem ter sido afetados pelas alterações climáticas através do aumento do preço dos alimentos, um número consideravelmente superior à média geral dos países (57% para a mesma correlação). Este aumento dos preços surge logo a seguir ao calor extremo (75%) como principal efeito das alterações climáticas sentido pelos portugueses.
Em Portugal, a ação mencionada como ambientalmente mais consciente e frequente é o uso de um saco de compras próprio (86%). A reciclagem e a poupança em aquecimento e ar condicionado seguem-se no topo dos comportamentos para 76% dos inquiridos.
Também se destaca nas conclusões que 80% dos portugueses consideram que é necessário consumir menos de forma a preservar o ambiente para as gerações futuras e 76% estão dispostos a reduzir o seu nível de consumo para metade.
De acordo com Luis Rochartre Álvares, senior advisor da Greenlab e especialista em Sustentabilidade, estas conclusões "vêm comprovar que existe ainda um caminho a percorrer para uma efetiva mudança comportamental face ao ambiente e à sustentabilidade, quer por parte dos cidadãos e consumidores quer pelo lado das empresas e marcas".
Sobre este aspeto, o relatório concluiu que os consumidores estão disponíveis para aumentar o apoio a empresas ambientalmente responsáveis, no entanto, reporta-se a lacuna entre desejo e ação.