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Um grupo de países menos desenvolvidos e de pequenos estados insulares em desenvolvimento estão a formar uma aliança para criar facilidades financeiras nacionais, de forma a fazer face às perdas e danos causados pelas alterações climáticas.
Lançada hoje pelo Centro Internacional para as Alterações Climáticas e Desenvolvimento (ICCCAD) e pelo Instituto Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento (IIED), a aliança vai reunir financiamento do setor privado, ajuda ao desenvolvimento, filantropos, seguradoras e de orçamentos nacionais.
Estes são os grupos de países de menor rendimento que estão mais ameaçados pelas alterações climáticas e que negociam como blocos nas conversações da ONU sobre alterações climáticas. Recorde-se que na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que decorreu no Egipto, em novembro passado, os delegados chegaram a um acordo para fornecer financiamento aos países que sofrem perdas e danos associados aos impactos das alterações climáticas, mas a sua implementação só entrará em vigor depois da COP28, nos Emirados Árabes Unidos, no final de 2023.
"As pessoas que veem as suas casas inundadas e as suas colheitas murcharem devido à seca já vivem no meio dos impactos das alterações climáticas e sabem melhor como responder. O que precisam é de dinheiro que lhes permita fazê-lo e precisam de ter acesso a fundos antes que a crise chegue. Não podem esperar até que o mundo acorde e comece a encher os cofres do fundo de perdas e danos", refere Saleemul Huq, diretor do ICCAD.
O ICCCAD e o IIED propõem a aliança para apoiar diretamente os países e comunidades que sofreram perdas e danos, ajudando-os a otimizar o financiamento e os conhecimentos existentes, facilitando a utilização de fundos adicionais quando disponíveis.
A aliança terá também como objetivo criar uma compreensão mais ampla das questões relativas a perdas e danos e das suas possíveis soluções, incluindo a possibilidade de as comunidades locais cocriarem as soluções para os seus problemas.
A aliança também procurará captar conhecimentos em torno de modelos, metodologias, abordagens e soluções para perdas e danos, a fim de construir um mercado de ideias e soluções inovadoras.