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Manuel Puerta da Costa, presidente da Direção da Associação Portuguesa de Analistas Financeiros (APAF), considera que a sustentabilidade vai estar no centro da discussão durante muitos anos, nas suas diversas dimensões. O keynote speaker do painel "Como medir a sustentabilidade", da conferência do Negócios dedicada à governação, salientou, no entanto, que se tem privilegiado a componente ambiental em detrimento das outras duas, a social e a governação. "A dimensão ESG é sobretudo dirigida para a questão ambiental e a verdade é que a sustentabilidade para a governança não tem sido tão aprofundada", referiu.
Manuel Puerta da Costa chamou também a atenção para o facto de se falar nas três dimensões do ESG (ambiental, social e governação), mas que a questão financeira também é primordial para a sustentabilidade das empresas. "Se as empresas não existirem, se não tiverem capacidade para crescer, gerando lucros, cash-flows, dividendos, remunerando os seus acionistas, verdadeiramente não estaremos a criar uma sociedade que permita o crescimento", defendeu. E explicou que, por muito que se meça e reporte as outras dimensões, será através da congregação dos indicadores económico-financeiros com os indicadores de sustentabilidade que se conseguirá entender a dinâmica da empresa e a sua sustentabilidade. "A questão da sustentabilidade não deve ter uma resposta única, ainda que para ser uma sustentabilidade apoiada naquilo que vivemos, que conhecemos e que queremos continuar a ter, terá sempre de ser uma sustentabilidade que garanta o nível de crescimento das empresas e do setor privado", frisou.
Tendo em conta as orientações das regulamentações, as empresas terão de medir diferentes variáveis, como, por exemplo, na vertente ambiental, a pegada de carbono ou a intensidade de emissão de CO2. "O que é mais importante é entender exatamente como é que se vai medir", referiu, existindo muitas formas de o fazer.
Porém, na componente da governação, as coisas passam-se de maneira diferente, "porque quando falamos de governação estamos a falar de indicadores que devem estar na rotina das empresas, não são indicadores captados fora da empresa". Ou seja, explicou, trata-se de indicadores de políticas anticorrupção, transparência na prestação de contas, ausência de dívidas ao fisco, inexistência de multas, implementação de códigos de ética, etc. "Todas estas iniciativas vêm de dentro da empresa e devem ser comunicadas para fora, dando clara noção de que existe uma adesão a uma governação própria por parte da empresa que seja capaz de a tornar sustentável, porque qualquer uma destas variáveis demonstra o compromisso com a sociedade de fazer com que a empresa promova os negócios de uma forma transparente e justa", defendeu o presidente da APAF.
Estes dados terão necessariamente falhas históricas, pois muitos não seriam recolhidos antes. Contudo, deve instituir-se a prática dos 3M (medir, monitorizar e mitigar), defendeu, "porque são a questão central do processo que leva à medição".
Manuel Puerta da Costa chamou também a atenção para o facto de se falar nas três dimensões do ESG (ambiental, social e governação), mas que a questão financeira também é primordial para a sustentabilidade das empresas. "Se as empresas não existirem, se não tiverem capacidade para crescer, gerando lucros, cash-flows, dividendos, remunerando os seus acionistas, verdadeiramente não estaremos a criar uma sociedade que permita o crescimento", defendeu. E explicou que, por muito que se meça e reporte as outras dimensões, será através da congregação dos indicadores económico-financeiros com os indicadores de sustentabilidade que se conseguirá entender a dinâmica da empresa e a sua sustentabilidade. "A questão da sustentabilidade não deve ter uma resposta única, ainda que para ser uma sustentabilidade apoiada naquilo que vivemos, que conhecemos e que queremos continuar a ter, terá sempre de ser uma sustentabilidade que garanta o nível de crescimento das empresas e do setor privado", frisou.
Se as empresas não existirem, se não tiverem capacidade para crescer, gerando lucros, cash-flows, dividendos, remunerando os seus acionistas, verdadeiramente não estaremos a criar uma sociedade que permita o crescimento. Manuel Puerta da Costa
Presidente da Direção da Associação Portuguesa de Analistas Financeiros
Num painel dedicado à medição da sustentabilidade, algo apontado muitas vezes como confuso, exigente e heterógeno, o presidente da APAF salientou que há muitas entidades com responsabilidade nesta matéria, nomeadamente as próprias empresas, organizações, Estado e autarquias. "O porquê de medir deve estar na mente de cada um", refere Manuel Puerta da Costa, salientando que as razões não devem ser por questões impositivas da regulação, mas sim "de consciência social e de dinâmica para potenciar o crescimento futuro".Presidente da Direção da Associação Portuguesa de Analistas Financeiros
Tendo em conta as orientações das regulamentações, as empresas terão de medir diferentes variáveis, como, por exemplo, na vertente ambiental, a pegada de carbono ou a intensidade de emissão de CO2. "O que é mais importante é entender exatamente como é que se vai medir", referiu, existindo muitas formas de o fazer.
Porém, na componente da governação, as coisas passam-se de maneira diferente, "porque quando falamos de governação estamos a falar de indicadores que devem estar na rotina das empresas, não são indicadores captados fora da empresa". Ou seja, explicou, trata-se de indicadores de políticas anticorrupção, transparência na prestação de contas, ausência de dívidas ao fisco, inexistência de multas, implementação de códigos de ética, etc. "Todas estas iniciativas vêm de dentro da empresa e devem ser comunicadas para fora, dando clara noção de que existe uma adesão a uma governação própria por parte da empresa que seja capaz de a tornar sustentável, porque qualquer uma destas variáveis demonstra o compromisso com a sociedade de fazer com que a empresa promova os negócios de uma forma transparente e justa", defendeu o presidente da APAF.
Estes dados terão necessariamente falhas históricas, pois muitos não seriam recolhidos antes. Contudo, deve instituir-se a prática dos 3M (medir, monitorizar e mitigar), defendeu, "porque são a questão central do processo que leva à medição".