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O Grupo Consultivo para a Informação Financeira na Europa (EFRAG, sigla em inglês) e o Projeto de Divulgação de Carbono (CDP, sigla em inglês), organização que gere o sistema mundial de divulgação ambiental para empresas, cidades, estados e regiões, anunciaram uma cooperação para acelerar a adoção pelo mercado das Normas Europeias de Relato de Sustentabilidade (ESRS, sigla em inglês), adotadas pela Comissão Europeia a 31 de julho de 2023.
A cooperação maximizará o alinhamento da plataforma global de divulgação ambiental do CDP com as normas de relato ambiental da União Europeia e desenvolverá capacidade para empresas a nível mundial cumprirem os requisitos regulamentares.
No âmbito do acordo, o CDP irá implementar o alinhamento do seu sistema de divulgação com as diretrizes do ESRS, enquanto que o EFRAG fornecerá conhecimentos técnicos e orientação às partes visadas.
Esta colaboração irá apoiar a preparação do mercado para a elaboração de relatórios ambientais de qualidade, acelerando a implementação das normas europeias de informação sobre sustentabilidade, referem as organizações em comunicado.
"As normas elaboradas pelo EFRAG na sua função de consultor técnico da Comissão Europeia ajudarão os mercados de capitais a comparar as empresas, reduzir o 'greenwashing' e redirecionar o capital. E a nossa colaboração com o CDP ajudará a acelerar a adoção destas normas pelo mercado, capacitando as empresas da UE e de fora da UE para as utilizarem à medida que a regulamentação for sendo adotada", salienta Patrick de Cambourg, presidente do Conselho de Relato de Sustentabilidade do EFRAG. Na medida em que "só com dados ambientais sólidos é que os mercados financeiros e outras partes interessadas podem identificar empresas com planos credíveis para reduzir os seus impactes, de modo a prosperarem num futuro com zero emissões e positivo para a natureza", acrescenta.
O CDP vai disponibilizar webinars e orientações técnicas pormenorizadas para ajudar as empresas a comunicar os pontos de dados do ESRS através do CDP. Atualmente utilizado por mais de 23.000 empresas, a divulgação via CDP representa dois terços da fatia global e quase 90% do valor do mercado europeu.
A partir de janeiro de 2024, a ESRS aplicar-se-á a cerca de 50 mil empresas e, a seu tempo, a um número significativo de empresas não sediadas na UE, o que significa que os pedidos de informações relacionadas com as cadeias de valor terão de ser considerados por muitas empresas a nível mundial.
As ESRS seguem uma abordagem de dupla materialidade, o que significa que as empresas devem comunicar como esperam que as alterações climáticas e ambientais afetem as suas operações e a criação de valor, bem como o seu impacto nas pessoas e no planeta.
O sistema de divulgação do CDP já cobre extensivamente as alterações climáticas, florestas, água, impactes e riscos. Os dados provenientes dessas divulgações são utilizados por instituições financeiras, decisores políticos e muitas outras organizações em todo o mundo para medir o progresso ambiental das empresas.
"Com a fasquia a ser agora elevada a nível mundial no que respeita à divulgação de informações ambientais, a nossa colaboração com o EFRAG garantirá que as empresas que se preparam para apresentar relatórios o possam fazer através do CDP", destaca Maxfield Weiss, diretor executivo do CDP Europa. Defende ainda que "a ESRS é um divisor de águas - uma obrigação para milhares de empresas, dentro e fora da UE, de comunicar o seu impacto nas as alterações climáticas, na poluição, na água e na biodiversidade. A sua aplicação através da CSRD irá ajudará a garantir condições de concorrência equitativas e a apoiar as empresas que já estão a investir na sua transição".