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CELPA agora é Biond: “As nossas empresas ocupam um papel central na descarbonização da economia portuguesa”

Associação da indústria papeleira muda de nome para se ajustar à crescente abrangência do setor das fibras florestais, que também define novos compromissos para ser mais sustentável.

02 de Novembro de 2022 às 10:48
Francisco Gomes da Silva, diretor geral da Biond
Francisco Gomes da Silva, diretor geral da Biond
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A CELPA - Associação da Indústria Papeleira muda a sua designação para Biond, Forest Fibers from Portugal, de forma a ajustar-se à realidade do setor, que diz ir mais além da produção de pasta e papel. "Mudamos de nome e de imagem, porque aquilo que já somos vai muito para além daquilo que o nome CELPA traduzia e porque é isso que o futuro espera de nós", referiu Francisco Gomes da Silva, diretor geral da agora Biond, na apresentação da nova imagem, nesta segunda-feira, no Monsanto Secret Spot, em Lisboa.

A mudança reflete uma maior abrangência do contributo do setor para a sustentabilidade, que está a apostar no desenvolvimento de produtos inovadores de base florestal ao mesmo tempo que contribui para a circularidade, promoção dos serviços de ecossistema, coesão do território e para a descarbonização em Portugal. "As empresas associadas da Biond ocupam um papel central na descarbonização da economia portuguesa. Ocupam esse papel na medida em que são responsáveis pela gestão sustentável de uma parte significativa da floresta nacional, contribuindo para o sequestro efetivo de dióxido de carbono. Fazem também com que esse dióxido de carbono fique armazenado nos produtos produzidos e que cumprem diversos ciclos de reciclagem. Finalmente, porque as fibras de origem florestal são os materiais que melhor se adequam a uma rápida e eficaz substituição dos produtos de origem fóssil", acrescentou Francisco Gomes da Silva.



Ao atuar como sumidouro de carbono, ser origem de novos produtos sustentáveis e contribuir para 1,5% do PIB nacional, a floresta plantada deve ser defendida, segundo o responsável da Biond. "Nós conseguimos que uma determinada área seja gerida de forma a termos um volume de madeira que nos interessa para produzir os produtos e em simultâneo produzir um conjunto de serviços de ecossistema e que são contributos para os recursos naturais. A questão está em que não é sensato queremos que todo e qualquer metro quadrado de floresta desempenhe apenas a função de sequestradora de carbono. Isso é um erro", defendeu Francisco Gomes da Silva. Para além disso, salientou que o aquecimento global condiciona a floresta nacional. "Em Portugal, com o clima que temos e vamos ter de forma mais acentuada, temos que ter muito cuidado quando entregamos à natureza a sua própria evolução", acrescentou.

O lançamento da nova imagem contou com a participação de responsáveis das empresas Altri, DS Smith e The Navigator Company, que deram conta dos seus compromissos para se tornarem mais sustentáveis, nomeadamente na redução do consumo e aproveitamento da água, na promoção da circularidade e da biodiversidade e no desenvolvimento de novos bioprodutos para substituir o plástico, combustíveis fósseis, fibras têxteis, etc.



Um painel de debate trouxe também as perspetivas ambiental, legislativa e europeia para o setor, salientando que os desafios são avassaladores nestas frentes e deve, por isso, haver transparência no desenvolvimento da atividade, para não dar azo a situações de greenwashing. "As empresas têm que ser verdadeiras, não há margem para dizer que se faz uma coisa e afinal se faz outra, porque existe um risco reputacional e a prazo vai haver também sanções significativas" decorrentes da taxonomia europeia, sublinhou Assunção Cristas, advogada responsável pelos serviços integrados ESG e área de ambiente da Vieira de Almeida
 

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