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As transições para um mundo mais sustentável e para uma sociedade assente em soluções digitais andam de mãos dadas e são muitas vezes apelidas de "revoluções gémeas". Feitas em simultâneo, interligam-se para fazer deste um mundo melhor. A tecnologia é vista como um elemento fundamental para criar soluções mais sustentáveis nas mais diversas dimensões.
Arlindo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico e keynote speaker do painel "Tendências e desafios da transformação digital" da conferência do Negócios sobre governação, destacou as inúmeras tecnologias que estão em desenvolvimento, que poderão ter mais ou menos impacto no mundo.
O professor considera a inteligência artificial (IA) e a aprendizagem das máquinas (ML - machine learning) como as mais proeminentes e com capacidade para mudar a forma como vivemos, defendendo que "quem dominar a inteligência artificial vai dominar a economia do planeta".
Porém, a Europa, na sua visão, não está bem posicionada nesta corrida dominada pelos EUA e pela China. "Nas questões do digital, o que nós vemos neste momento é que a Europa simplesmente não é tão competitiva como os Estados Unidos e a China. Em parte, fruto das regulamentações existentes e em parte porque tanto a China, com forte investimento digital, como os Estados Unidos, com forte iniciativa das grandes empresas, controlam a tecnologia", explica, acrescentando que "neste momento, é extremamente difícil, mesmo às melhores universidades do planeta, competirem com as Google, Facebook e Amazon deste mundo em termos de desenvolvimento de tecnologia de inteligência artificial".
Manter-se como player central na área do digital é, para Arlindo Oliveira, um grande desafio que a Europa tem de enfrentar. "Estamos neste momento a entregar este domínio aos dois grandes blocos que são os nossos maiores competidores, os EUA e a China. Este é o desafio mais profundo e de mais longo prazo da Europa", referiu o keynote speaker. E questionou: "Até que ponto é que a Europa consegue conciliar a defesa dos valores dos cidadãos e a segurança com a criação de um ambiente propício aos negócios e ao digital?"
Para além da IA/ML, Arlindo Oliveira destacou também as tecnologias relacionadas com a cibersegurança como "essenciais para todas as empresas, pessoas e países", recordando os episódios recentes de ataques informáticos a diversas organizações em Portugal. A realidade aumentada e estendida (metaverso), a mudança de serviços para clouds e a sensorização de sistemas (IoT - Internet of Things) foram também referenciadas como promotoras de grandes mudanças no mundo. O mesmo já não considerou sobre a computação quântica, tendo referido que existe algum marketing à volta desta tecnologia, e sobre o blockchain, que resolve "problemas muito específicos" na ausência de autoridade.
Por outro lado, o professor do Técnico ressaltou a enorme dificuldade que existe na atualidade de encontrar pessoas qualificadas nestas áreas tecnológicas como um grande desafio, bem como o combate à desinformação que a tecnologia também facilita e que pode ser promotora de radicalização de posições. "As pessoas veem realidades diferentes nas redes sociais e isso pode ser um ataque severo à democracia", referiu.
E o que é que tudo isto tem a ver com sustentabilidade? "O planeta tem de ser sustentável, mas o planeta só é sustentável se a economia for sustentável. E neste momento nenhuma economia é sustentável se não for competitiva em termos internacionais no mundo digital", defendeu Arlindo Oliveira. Portanto, concluiu, "se não acompanharmos as tendências e não enfrentarmos os desafios que estão à nossa frente na componente do digital, vamos pôr em causa a sustentabilidade da economia europeia, da economia portuguesa, com as consequências que isso terá".
Arlindo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico e keynote speaker do painel "Tendências e desafios da transformação digital" da conferência do Negócios sobre governação, destacou as inúmeras tecnologias que estão em desenvolvimento, que poderão ter mais ou menos impacto no mundo.
O professor considera a inteligência artificial (IA) e a aprendizagem das máquinas (ML - machine learning) como as mais proeminentes e com capacidade para mudar a forma como vivemos, defendendo que "quem dominar a inteligência artificial vai dominar a economia do planeta".
Porém, a Europa, na sua visão, não está bem posicionada nesta corrida dominada pelos EUA e pela China. "Nas questões do digital, o que nós vemos neste momento é que a Europa simplesmente não é tão competitiva como os Estados Unidos e a China. Em parte, fruto das regulamentações existentes e em parte porque tanto a China, com forte investimento digital, como os Estados Unidos, com forte iniciativa das grandes empresas, controlam a tecnologia", explica, acrescentando que "neste momento, é extremamente difícil, mesmo às melhores universidades do planeta, competirem com as Google, Facebook e Amazon deste mundo em termos de desenvolvimento de tecnologia de inteligência artificial".
Manter-se como player central na área do digital é, para Arlindo Oliveira, um grande desafio que a Europa tem de enfrentar. "Estamos neste momento a entregar este domínio aos dois grandes blocos que são os nossos maiores competidores, os EUA e a China. Este é o desafio mais profundo e de mais longo prazo da Europa", referiu o keynote speaker. E questionou: "Até que ponto é que a Europa consegue conciliar a defesa dos valores dos cidadãos e a segurança com a criação de um ambiente propício aos negócios e ao digital?"
Para além da IA/ML, Arlindo Oliveira destacou também as tecnologias relacionadas com a cibersegurança como "essenciais para todas as empresas, pessoas e países", recordando os episódios recentes de ataques informáticos a diversas organizações em Portugal. A realidade aumentada e estendida (metaverso), a mudança de serviços para clouds e a sensorização de sistemas (IoT - Internet of Things) foram também referenciadas como promotoras de grandes mudanças no mundo. O mesmo já não considerou sobre a computação quântica, tendo referido que existe algum marketing à volta desta tecnologia, e sobre o blockchain, que resolve "problemas muito específicos" na ausência de autoridade.
Por outro lado, o professor do Técnico ressaltou a enorme dificuldade que existe na atualidade de encontrar pessoas qualificadas nestas áreas tecnológicas como um grande desafio, bem como o combate à desinformação que a tecnologia também facilita e que pode ser promotora de radicalização de posições. "As pessoas veem realidades diferentes nas redes sociais e isso pode ser um ataque severo à democracia", referiu.
E o que é que tudo isto tem a ver com sustentabilidade? "O planeta tem de ser sustentável, mas o planeta só é sustentável se a economia for sustentável. E neste momento nenhuma economia é sustentável se não for competitiva em termos internacionais no mundo digital", defendeu Arlindo Oliveira. Portanto, concluiu, "se não acompanharmos as tendências e não enfrentarmos os desafios que estão à nossa frente na componente do digital, vamos pôr em causa a sustentabilidade da economia europeia, da economia portuguesa, com as consequências que isso terá".