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A sustentabilidade da vida nos oceanos não passa apenas por melhorar as práticas de pesca. Também importa que os consumidores estejam conscientes desta “luta” nas suas opções diárias. Até porque os portugueses têm um consumo de peixe “estratosférico”, diz a diretora de Conservação e Políticas da WWF, Catarina Grilo.
“Alcançar stocks sustentáveis é importante não só do ponto de vista da frota portuguesa, mas também do consumo de pescado em Portugal, que regista o mais elevado consumo per capita da União Europeia”, afirma a organização não governamental Marine Stewardship Council (MSC), na voz da diretora para Espanha e Portugal, Laura Zugasti.
A juntar ao elevado consumo, cerca de dois terços do peixe consumido em Portugal são importados ou pescados em águas estrangeiras, aponta a WWF.
O que se pode então fazer? “Há que consciencializar os consumidores para questionarem nos restaurantes, mercados e peixarias sobre a origem do pescado e métodos de captura utilizados”, sugere a WWF, que indica também que o peixe deve ser comprado em estabelecimentos autorizados. Na rua é ilegal e não foi alvo de controlo sanitário. Mas “o principal conselho é comer menos pescado e variar mais as espécies que se come”. Espécies a evitar são o atum-rabilho, o espadarte e a enguia, cujos stocks se encontram em mau estado, assim como tubarão e raia. “É importante ainda cumprir os tamanhos mínimos: consumir petingas e jaquinzinhos é um verdadeiro infanticídio”, considera Catarina Grilo.
Diretora de Conservação e Política da WWF