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Paulo Campos Costa: “Fizemos da sustentabilidade uma tendência”

“Os investidores olham para nós como uma empresa verde, como se viu com a emissão de green bonds”, afirmou Paulo Campos Costa.

30 de Outubro de 2020 às 10:30
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"Há 20 anos começámos a colocar a questão da sustentabilidade, criou-se uma direção na holding corporativa e hoje está no ADN das empresas. Os trabalhos feitos no apoio à gestão e no desenvolvimento dos planos de negócios foram muito importantes. São questões essenciais hoje nas organizações, por isso, quando desenhamos um determinado plano, não estamos a seguir uma tendência", disse Paulo Campos Costa, diretor de comunicação, marca e marketing da EDP.

Acrescenta que "não fomos ver o que era tendência, quisemos fazer da sustentabilidade uma tendência. Tentamos implementar dentro do plano de negócios, quando está a ser construído, esta questão da sustentabilidade em todas as suas vertentes, desde a financeira à ambiental até aos recursos humanos. Comunicar a sustentabilidade não é suficiente, o business plan da empresa tem de ser todo ele sustentável", concluiu Paulo Campos Costa.

Essa estratégia foi definida, e em função da evolução dos acontecimentos, foi-se adaptando da forma mais eficaz para os momentos que chegavam como fizeram durante a pandemia. A empresa estava dotada dos meios tecnológicos para ter um grande grupo de pessoas em casa em trabalho remoto sem que tivesse falhas no fornecimento de energia, que é a base de tudo e foi das primeiras empresas a fazer a entrega de equipamentos hospitalares, máscaras e luvas.

Empresa verde

"A sustentabilidade é importante na forma como produzimos energia, mas também na forma como a comercializamos com cliente final direto como fazemos em Portugal, Espanha e Brasil. Nos Estados Unidos vendemos em blocos a energia que produzimos por períodos de 10, 15, 20 anos, é quase como se fossem futuros mas também temos clientes mas são grandes clientes", explicou Paulo Campos Costa.

"Os investidores olham para nós como uma empresa verde, como se viu com a emissão de green bonds", afirmou Paulo Campos Costa. Mas este caminho não foi fácil. Recordou que há uns anos um pequeno investidor numa assembleia-geral da EDP fez uma pergunta à mesa em que dizia que não percebia como é que a empresa investia em publicidade para que se poupasse em energia. "A mensagem que tentávamos passar era que a energia é um bem escasso, mas aquele pequeno acionista queria que se consumisse mais para ter mais retorno. Mostra como ainda há pessoas que pensam assim", comento Paulo Campos Costa.

Salientou que fazem a mensuração da eficácia da comunicação em sustentabilidade "mas é meramente académica". Deu o exemplo do Dow Jones Sustainability Index, que faz a mensuração das empresas que serve de farol para os investidores que são stakeholders importantes de qualquer empresa em termos de apostas de investimentos.

"Tentamos medir sem colocar esses valores nas contas da empresa, mas, é óbvio, que ajudar muito à construção e implementação de um determinado plano de negócios, quando se está a olhar para o que uma empresa ou que uma determinada marca fazem", concluiu Paulo Campos Costa.
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