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Maioria das empresas portugueses desconhece como implementar ODS

Primeiro Relatório do Observatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável conclui que setores dos químicos, Media e tecnológico são os mais atrasados. Para o ministro da Economia e do Mar, “não há sustentabilidade sem as empresas”.

11 de Outubro de 2022 às 10:40
António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, na apresentação do 1º Relatório do Observatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
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As empresas portuguesas estão cada vez mais alinhadas com a sustentabilidade, mas não sabem como implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas suas estratégias, conclui o 1º Relatório do Observatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nas Empresas Portuguesas, levado a cabo pela Católica Lisbon School of Business & Economics e apresentado ontem em Lisboa.

Segundo o relatório, 95% das grandes empresas e 77,7% das PME veem a sustentabilidade como uma oportunidade estratégica, mas para ambos os universos a falta de conhecimento de como operacionalizar é a principal barreira para a adoção dos objetivos da Agenda 2030 das Nações Unidas. Porém, tal é mais expressivo nas PME (49,4%) do que para a grandes empresas (21,7%), que por motivos de cumprimento de legislação e concorrência já estão na prática a implementar alguns ODS.

"A principal dificuldade que as empresas têm na implementação dos ODS é perceber como é que podem operacionalizar esta agenda, porque é uma agenda muito vasta, são muitos objetivos e por vezes não é a linguagem que as empresas estão habituadas a usar. E esta barreira é comum às grandes empresas e às pequenas e médias empresas", explica Filipa Pires de Almeida, responsável pelo relatório e subdiretora do Center for Responsible Business and Leadership da Católica Lisbon School of Business & Economics, que realizou o estudo em parceria com a Fundação BPI "la Caixa" e a Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O estudo, que analisou estratégias de 60 grandes empresas e 103 PME, também apurou que o setor financeiro é o que vai mais à frente na implementação dos ODS, "o que pode ter a ver com a exigência legislativa que é mais forte sobre este setor", segundo Filipa Pires de Almeida. Por outro lado, os setores mais atrasados nesta implementação são os setores químico, dos Media e tecnológico, o que para a responsável se revelou "surpreendente, porque associamos a tecnologia ao futuro e à sustentabilidade, mas vemos que em Portugal são estes os três setores que estão mais para trás".

A apresentação do relatório contou com a presença do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, que salientou que "a sustentabilidade é a questão crucial do nosso tempo" e que "não há economia e nem desenvolvimento sem empresas e também não há sustentabilidade sem as empresas absorverem e integrarem nas suas estratégias os objetivos da sustentabilidade".

Em termos dos ODS mais adotados pelas empresas, estes divergem entre as PME e as grandes empresas. Para as PME, os objetivos relativos à igualdade de género, educação e saúde são os mais incorporados. Já as grandes empresas dão prevalência a objetivos de crescimento económico e trabalho digno, ação climática e igualdade e de género. Curioso é que nenhum dos universos dá prevalência ao ODS14, relativo à proteção da vida marinha, sendo esta uma área estratégica para Portugal.

O relatório agora lançado terá uma expressão anual. Para Filipe Santos, diretor da Católica Lisbon School of Business & Economics, as escolas de negócios poderão dar um contributo fulcral para o cumprimento da Agenda 2030. "Dado o nosso foco no conhecimento avançado em gestão e economia, a nossa credibilidade como instituições, a vasta rede de parceiros e o papel isento e independente, as escolas de negócio devem assumir um papel mobilizador de parcerias em prol do desenvolvimento sustentável e serem catalisadores de projetos inovadores", referiu Filipe Santos.

 

 

 

 

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